quinta-feira, julho 10, 2025

Corrida Contra o Tempo: Trump Acelera Acordos Comerciais em Meio a Ameaças Tarifárias

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A administração do presidente Donald Trump intensificou seus esforços para concluir acordos comerciais cruciais, buscando selar pactos antes de um prazo autoimposto que poderá elevar as tarifas sobre importações de diversos países.

O vaivém das tarifas, ora impostas, ora suspensas, tornou-se uma constante durante o mandato de Trump, levantando questionamentos sobre os reais objetivos por trás dessa estratégia. A imposição de tarifas tem sido uma ferramenta central na agenda política do presidente, com o intuito declarado de fortalecer a indústria nacional, reduzir o déficit americano, obter concessões em disputas internacionais e aliviar a carga tributária dos cidadãos.

Inicialmente, as tarifas pareciam promissoras, impulsionando investimentos em fábricas nos EUA e gerando bilhões em receita. O déficit comercial americano chegou a apresentar uma queda significativa, e países foram levados à mesa de negociações sob a ameaça de tarifas elevadas. No entanto, economistas e líderes empresariais alertam que esses sucessos iniciais podem ser apenas um choque temporário no sistema.

Críticos argumentam que as tarifas dificilmente resultarão em um grande renascimento industrial nos EUA, e que a receita gerada será insuficiente para compensar o crescente déficit orçamentário. Além disso, parceiros comerciais já demonstraram resistência às ameaças tarifárias, indicando que há um limite para o que essa estratégia pode alcançar.

“Estou dizendo, é só observar. Vamos ter empregos. Vamos ter fábricas abertas. Vai ser ótimo”, declarou Trump, mantendo o otimismo em relação aos resultados de sua política comercial. Para alcançar seus objetivos, Trump defende impostos mais baixos para empresas americanas e tarifas mais altas sobre produtos estrangeiros.

Apesar de algumas empresas terem anunciado investimentos nos EUA após a imposição das tarifas, muitas dessas decisões já estavam em andamento ou foram tomadas independentemente das políticas de Trump. Além disso, a falta de mão de obra qualificada e os altos custos trabalhistas nos EUA representam desafios significativos para a expansão da indústria manufatureira.

Curiosamente, os empregos na manufatura não apresentaram o crescimento esperado. Após um breve período de ganhos, o setor registrou perdas, com o número total de empregos atualmente inferior ao registrado no início do mandato de Trump. Se as empresas transferirem a produção para os EUA, conforme o presidente deseja, a receita tarifária poderá diminuir, comprometendo um dos principais objetivos da política.

As estimativas de Trump sobre a receita potencial das tarifas, que poderiam chegar a trilhões de dólares, são consideradas irrealistas por especialistas. Para substituir a totalidade do imposto de renda federal, as tarifas teriam que ser extremamente elevadas, possivelmente superiores a 200% sobre todos os bens importados.

Apesar de o governo Trump ter arrecadado dezenas de bilhões em receita tarifária, algumas das tarifas mais punitivas têm caráter temporário e visam objetivos específicos, como a redução do fluxo de fentanil para os EUA. Trump frequentemente justifica as tarifas em termos de “justiça”, argumentando que outros países “enganam” os americanos com barreiras comerciais.

Embora as tarifas tenham inicialmente reduzido o déficit comercial americano, economistas alertam que é improvável que essa tendência se mantenha a longo prazo. A imposição de tarifas também tem sido usada como uma ferramenta de pressão, levando alguns países a ceder em disputas comerciais, como no caso do Canadá e seu imposto sobre serviços digitais.

No entanto, nem sempre a estratégia funciona. As tarifas não interromperam o fluxo de fentanil para os EUA, nem convenceram a Apple a trazer a fabricação do iPhone para o país. Em última análise, as tarifas de Trump podem não atingir todos os seus ambiciosos objetivos simultaneamente, devido a contradições inerentes à política. Por exemplo, se as tarifas são uma ferramenta de pressão, elas precisam ser eliminadas assim que os países cederem.

Se as tarifas são projetadas para promover o setor manufatureiro americano, elas não podem também gerar receita para compensar déficits. Se os americanos mudarem para produtos fabricados nos EUA, então quem pagará a tarifa sobre produtos estrangeiros? Quando usadas efetivamente, as tarifas podem ajudar a impulsionar a produção doméstica ao tornar os produtos estrangeiros mais caros.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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