Operações conjuntas das forças de segurança da Síria e do Líbano revelaram um esquema de contrabando de armas e drogas operado pelo Hezbollah, na tensa região de fronteira. A ação expõe a persistente atividade ilícita do grupo terrorista em meio à instabilidade regional. As apreensões, ocorridas entre 26 e 28 de junho, lançam luz sobre as táticas de financiamento do Hezbollah, que se aproveita da fragilidade das fronteiras.
Fontes de inteligência israelenses, especializadas na segurança da região norte, forneceram informações cruciais que levaram às operações. No dia 26, o exército libanês interceptou uma tentativa de tráfico de armas em Basibs, no Vale de Al-Harmal, próximo à fronteira síria. Simultaneamente, forças sírias apreenderam um caminhão em Al-Qusayr, contendo mísseis antitanque Kornet, lançadores e foguetes RPG.
As autoridades de segurança vincularam inequivocamente as apreensões ao Hezbollah. A confirmação evidencia a capacidade do grupo de manter canais logísticos ativos para o transporte ilegal de armamentos. Paralelamente, nos dias 27 e 28, em Jarajir, na fronteira com o Líbano, forças sírias frustraram o transporte de grandes quantidades de drogas com destino à periferia de Damasco.
Em uma das apreensões, foram confiscados cerca de 3 milhões de comprimidos de captagon e 50 kg de haxixe. Em outra operação, as forças de segurança apreenderam 500 mil comprimidos de captagon e 665 kg de haxixe, demonstrando a escala do envolvimento do Hezbollah no narcotráfico. A Síria permanece um ponto central na produção de captagon no Oriente Médio.
“As apreensões confirmam que o Hezbollah mantém redes logísticas ativas para o tráfico de armas e drogas”, ressalta um especialista em segurança regional. A organização se aproveita da instabilidade e porosidade das fronteiras para garantir fontes de financiamento, mesmo sob crescente pressão militar e diplomática. O enfraquecimento do governo sírio pode ter levado à transferência de parte da infraestrutura de produção de drogas para o Vale do Bekaa, área tradicionalmente controlada pelo grupo.
Fonte: http://revistaoeste.com