O BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, finalizou sua declaração de cúpula no último domingo, após intensas negociações marcadas por tensões. Segundo Daniel Rittner, diretor da CNN em Brasília, o Irã, um dos novos membros do bloco, exerceu forte influência, chegando a criar um impasse que ameaçou a publicação do documento final.
A principal divergência girou em torno da condenação a ataques militares conduzidos pelos Estados Unidos e Israel. Após negociações diplomáticas complexas, os membros do BRICS chegaram a um consenso, que, em grande parte, ecoa uma declaração emitida há duas semanas.
Apesar de manter a expressão de “profundas preocupações” com os ataques a alvos militares e instalações nucleares no Irã, a declaração final apresenta uma mudança sutil, mas significativa. A alteração na linguagem diplomática atendeu, em parte, às exigências do Irã.
Agora, a declaração “condena as ações militares dos Estados Unidos e de Israel”, elevando o tom em relação a comunicados anteriores. Embora essa nuance possa não ser evidente para o público em geral, ela carrega um peso considerável nos círculos diplomáticos.
A declaração também inclui um alerta inédito sobre os “riscos crescentes de perigo e de uma guerra nuclear”. Essa menção reflete a preocupação do grupo com a escalada das tensões no Oriente Médio e o conflito prolongado na Ucrânia, demonstrando uma postura mais ativa do BRICS em relação a questões de segurança global.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br