quarta-feira, julho 16, 2025

Saque supersônico: A ciência por trás do recorde de velocidade em Wimbledon

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O torneio de Wimbledon 2024 entrou para a história com um saque arrasador do francês Giovanni Mpetshi Perricard, atingindo incríveis 246 km/h. O feito, ocorrido na partida de primeira rodada contra Taylor Fritz, impressionou os fãs e reacendeu o debate sobre a física por trás de um saque perfeito. Mas qual é o segredo para tamanha potência?

Surpreendentemente, Perricard minimiza a importância de técnicas elaboradas: “Não faço nenhuma técnica especial para ter um saque grande ou rápido. Apenas saco como deveria fazer. Para ser honesto, não treinamos muito essa parte do meu jogo. Mas isso veio naturalmente”, disse ele. No entanto, especialistas apontam que há uma ciência complexa por trás da aparente naturalidade.

Mark Kovacs, ex-tenista e cientista esportivo, dedicou anos ao estudo da biomecânica do saque. Em entrevista, Kovacs detalhou que a técnica se divide em oito componentes cruciais: posição inicial, lançamento da bola, carregamento, rotação, aceleração, contato, desaceleração e aterrissagem. A chave, segundo ele, é a sincronia perfeita entre esses elementos.

“Você precisa de movimento sincronizado. Precisa de todas essas etapas para acertar de forma ideal porque você obtém essa soma de forças. É chamada de cadeia cinética. Você está tentando otimizar sua cadeia cinética, que significa como usamos o solo através do corpo até a bola”, explicou Kovacs, ressaltando a importância de transferir a energia do corpo para a bola de forma eficiente.

O trabalho de Kovacs envolve o uso de dados e pesquisas para otimizar o desempenho dos atletas. Ele já trabalhou com grandes sacadores, incluindo John Isner, detentor do recorde da ATP de saque mais rápido até 2016, com 253 km/h. Segundo Kovacs, o segredo reside nos estágios de carregamento, aceleração, contato e desaceleração.

De acordo com Kovacs, a velocidade do braço no momento do golpe é fundamental. “Você ouve pessoas falarem sobre um jogador ter um braço vivo. No sentido científico, você pode realmente atribuir um número a isso”, explica. A habilidade de posicionar o braço corretamente e movimentá-lo com velocidade é crucial, mesmo que outros aspectos da técnica não sejam perfeitos.

Outro nome conhecido pelo saque potente é Albano Olivetti. Apesar de focar em duplas atualmente, o francês atingiu 257 km/h em um evento do Challenger Tour em 2012. Embora não seja um recorde oficial da ATP, a marca demonstra a força do seu saque.

Olivetti e Kovacs concordam que a altura, apesar de vantajosa, não é o fator determinante. A técnica e o equipamento adequado são essenciais. Olivetti ressalta que a busca por um saque potente pode comprometer outras áreas do jogo. “Então você tem que encontrar o equilíbrio certo novamente para seu jogo – talvez você prefira perder velocidade no seu saque e então ficar confortável da linha de base, por exemplo”, conclui Olivetti, enfatizando a individualidade na busca pelo saque perfeito.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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