O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu as tensões comerciais globais ao anunciar novas tarifas que atingirão 14 parceiros comerciais. As medidas, formalizadas em cartas enviadas aos respectivos chefes de Estado, variam entre 25% e 40% e têm previsão para entrar em vigor a partir de 1º de agosto. A Casa Branca sinaliza que outros países podem ser notificados em breve.
A lista inicial de países afetados inclui desde potências asiáticas como Coreia do Sul e Japão, até nações em desenvolvimento como África do Sul e Camboja. Laos e Myanmar, segundo informações preliminares, enfrentarão as tarifas mais elevadas. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o governo está preparando documentos adicionais para estender as notificações.
Trump justificou as tarifas como uma forma de corrigir desigualdades comerciais e pressionar os parceiros a negociar acordos mais favoráveis aos Estados Unidos. Em uma das correspondências, endereçada ao primeiro-ministro japonês Ishiba Shigeru, Trump especificou uma tarifa de 25% sobre produtos japoneses, abrindo uma exceção para empresas que fabricarem dentro do território americano. Ele também alertou que retaliações tarifárias resultarão em cobranças adicionais.
Além das tarifas já definidas, Trump acenou com a possibilidade de taxar em 10% países que apoiarem políticas alinhadas ao BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A medida gerou críticas imediatas, com autoridades chinesas argumentando que o uso de tarifas prejudica todas as partes envolvidas. A Rússia, por sua vez, defendeu que o BRICS se baseia na cooperação e não visa prejudicar outros países.
Diante do cenário de incerteza, governos ao redor do mundo avaliam suas opções. Enquanto o Brasil ainda não se manifestou oficialmente, a África do Sul saiu em defesa do BRICS. As novas tarifas, somadas ao adiamento da retomada das tarifas “recíprocas”, indicam um período de intensas negociações e potenciais conflitos comerciais no horizonte global. A expectativa é que as próximas semanas sejam cruciais para definir o futuro das relações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros.
Fonte: http://revistaoeste.com