Pela primeira vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se manifestou publicamente sobre as acusações que pairam sobre os contratos de compra de vacinas anticovid da Pfizer. O caso, conhecido como “Pfizergate”, envolve a troca de mensagens de texto entre Von der Leyen e o CEO da farmacêutica, Albert Bourla, durante as negociações.
A recusa da Comissão Europeia em divulgar o conteúdo dessas mensagens gerou intensas suspeitas de irregularidades nos acordos. A polêmica se soma a outras acusações contra Von der Leyen, incluindo a suposta má aplicação da Lei dos Serviços Digitais nas eleições nacionais e o uso questionável de um artigo dos Tratados da União Europeia para contornar o Parlamento em um programa de empréstimos de 150 bilhões de euros para defesa.
Durante sessão no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Ursula von der Leyen classificou as acusações como infundadas, rebatendo as alegações de irregularidades. “A sugestão de que esses contratos foram, de alguma forma, inadequados ou contrários aos interesses europeus é simplesmente errada”, declarou, argumentando que as críticas se baseiam em teorias da conspiração já desmentidas.
A declaração da presidente da Comissão Europeia ocorre em um momento crucial, às vésperas da votação de uma moção de censura contra ela, marcada para o dia 10 de julho. A moção, proposta pelo eurodeputado romeno Gheorghe Piperea, conta com o apoio de outros 77 parlamentares.
Em maio, uma decisão judicial da União Europeia já havia determinado que a Comissão Europeia errou ao não dar transparência às mensagens trocadas entre Ursula von der Leyen e o CEO da Pfizer. “Todos os Estados-membros decidiram comprar as vacinas por vontade própria”, defendeu-se Ursula, acrescentando: “Qualquer afirmação contrária é desonesta. Na verdade, vamos chamar pelo nome: é simplesmente uma mentira”.
Fonte: http://revistaoeste.com
