O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, intensificou o debate sobre a tributação das casas de apostas virtuais, as ‘bets’, defendendo a aplicação de impostos mais elevados sobre o setor. Em entrevista, Haddad argumentou que o tratamento fiscal anterior, isentando as bets por quatro anos, foi inadequado, comparando a situação a uma ‘Santa Casa de Misericórdia’.
O ministro questionou os benefícios que o país tem obtido com a operação das bets, alegando que elas geram poucos empregos e remetem lucros para o exterior. “Os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui, e que vantagem a gente leva?”, indagou Haddad, ressaltando a necessidade de uma regulamentação mais firme.
Haddad propôs equiparar a tributação das bets à de produtos como cigarros e bebidas alcoólicas, reconhecendo os desafios de administrar o setor. “Para mim, tem que tratar as bets na linha do que é o cigarro e a bebida alcoólica. É uma coisa difícil de administrar e há vários casos na história de que, quando proíbe, piora”, afirmou o ministro, defendendo um enquadramento definitivo.
Além da questão das bets, Haddad abordou o impasse em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), minimizando a disputa entre governo e Congresso. Ele enfatizou a importância de um diálogo institucional para resolver a questão, mencionando a audiência de conciliação agendada pelo STF para o dia 15 de julho.
Em relação ao projeto sobre o Imposto de Renda, que prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil, Haddad demonstrou otimismo quanto à sua aprovação. Segundo ele, o relator do projeto, Arthur Lira, tem mantido contato frequente com o governo para discutir o tema, o que reforça a expectativa de um amplo apoio no Congresso.
Fonte: http://jovempan.com.br