Um número alarmante de pinguins-de-magalhães tem sido registrado nas praias de São Paulo. Desde 28 de junho, nada menos que 111 ocorrências de encalhes foram contabilizadas nas áreas monitoradas pelo Instituto Gremar, abrangendo as praias de Santos, São Vicente, Guarujá e Bertioga. O fenômeno preocupa especialistas e levanta questões sobre os desafios enfrentados por essas aves marinhas em sua rota migratória.
Dos pinguins encontrados, 40 foram resgatados com vida e prontamente encaminhados ao Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, localizado no Guarujá. Lá, os animais recebem cuidados intensivos e passam por exames detalhados para avaliar seu estado de saúde e identificar possíveis causas para o encalhe. O objetivo é reabilitá-los para que possam retornar ao seu habitat natural.
Infelizmente, a maioria dos pinguins, 71 no total, foi encontrada sem vida. Nesses casos, são realizados exames de necropsia para determinar os fatores que levaram à morte dos animais. A análise busca identificar possíveis causas como fadiga, desnutrição, desidratação, ou mesmo impactos da ação humana, como a interação com petrechos de pesca ou colisões com embarcações.
A migração da Patagônia para o litoral brasileiro, que ocorre entre maio e agosto, é um período crítico para os pinguins-de-magalhães. “Nesse trajeto, muitos acabam sofrendo por fadiga, desnutrição, desidratação ou mesmo por impactos da ação humana”, explica um representante do Instituto Gremar. As longas distâncias e as condições adversas podem comprometer a saúde e a sobrevivência das aves.
Diante desse cenário, o Instituto Gremar faz um apelo à população: ao avistar um pinguim na praia, não toque no animal, não tente alimentá-lo ou devolvê-lo ao mar. O mais importante é acionar imediatamente as entidades ambientais responsáveis pelo monitoramento, que saberão como proceder para garantir o bem-estar do animal e coletar dados relevantes para a pesquisa e conservação da espécie.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br