O acordo de codeshare entre Azul e Gol está sob escrutínio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), com a Azul apresentando esclarecimentos nesta sexta-feira (18). A parceria, que permite a venda de passagens em voos operados por ambas as companhias, ocorre em um contexto de discussões sobre uma possível fusão entre as empresas. O caso levanta questões sobre o futuro da concorrência no setor aéreo brasileiro.
O Cade investiga se o acordo de codeshare foi implementado antes da devida aprovação, uma prática conhecida como *gun jumping*. Apesar de uma análise prévia da Secretaria-Geral do Cade não ter identificado irregularidades, o tribunal do conselho ainda avaliará o caso. A pressão regulatória gerou forte impacto no mercado financeiro, com quedas expressivas nas ações de ambas as companhias.
Na véspera do prazo final para os esclarecimentos ao Cade, as ações da Azul (AZUL4) registraram queda de 9,21%, fechando a R$ 0,69. Os papéis da Gol (GOLL54), após um processo de reestruturação financeira, sofreram um impacto ainda maior, despencando 42,21% e atingindo R$ 5,45. A volatilidade reflete a incerteza do mercado em relação ao futuro da parceria e suas possíveis implicações.
Paralelamente, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, manifestou preocupação com a concentração de mercado que uma eventual fusão poderia acarretar. “Hoje, 98% da aviação brasileira é comandada por três companhias. Qualquer concentração de mercado pode ser prejudicial ao consumidor”, alertou o ministro, ressaltando, no entanto, que respeitará a decisão final do Cade sobre o caso.
