A agência de classificação de risco Moody’s Investors Service anunciou, nesta quinta-feira, a elevação da nota de crédito da Argentina, impulsionada pelas recentes medidas econômicas implementadas pelo governo de Javier Milei. A decisão reflete, em grande parte, as mudanças nas políticas fiscal e cambial do país.
Com a revisão, a classificação de longo prazo da Argentina subiu de “Caa3” para “Caa1”. Apesar do avanço, o país permanece classificado como um investimento de alto risco, indicando que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a estabilidade econômica.
A Moody’s destacou a flexibilização dos controles cambiais e o novo acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que garante acesso a US$ 20 bilhões em financiamento, como fatores determinantes para a elevação da nota. Tais medidas sinalizam um esforço para fortalecer a economia argentina.
Curiosamente, apesar da melhora na classificação, a perspectiva da Argentina foi rebaixada de “positiva” para “estável”. Segundo a agência, essa mudança reflete um equilíbrio delicado entre os avanços econômicos e as incertezas políticas que ainda pairam sobre o país, um cenário semelhante ao que levou o Brasil a perder a mesma perspectiva em maio.
A agência também avaliou positivamente a condução da política fiscal e as reformas que visam corrigir distorções e atrair capital privado. A Moody’s enfatizou que o combate à inflação, por meio do ajuste macroeconômico, é fundamental para manter o balanço de pagamentos sustentável no médio prazo.
“Ainda assim, a fragilidade das reservas cambiais e a presença de barreiras estruturais ao investimento continuam a limitar a confiança do mercado”, ressaltou a Moody’s em seu relatório. A agência enfatiza que a consolidação da credibilidade fiscal e o enfrentamento dos riscos políticos são cruciais para sustentar o ritmo das reformas.
Enquanto isso, a nota do Brasil permanece em “Ba1”, seis degraus acima da Argentina. A Moody’s citou o custo crescente da dívida brasileira, o engessamento dos gastos públicos e a lentidão na construção de confiança fiscal como fatores que impedem uma melhora na avaliação do país.
Fonte: http://revistaoeste.com