sexta-feira, julho 18, 2025

Rússia Ameaça Banir WhatsApp em Meio a Esforços para Promover Plataformas Nacionais

Share

O WhatsApp pode estar com os dias contados na Rússia. Um parlamentar influente no setor de tecnologia da informação alertou que o aplicativo de mensagens, pertencente à Meta, corre o risco de ser incluído em uma lista restritiva de softwares, intensificando a pressão sobre a plataforma.

Essa ameaça surge em um momento crítico, com o governo russo empenhado em diminuir sua dependência de serviços estrangeiros. O presidente Vladimir Putin sancionou recentemente uma lei que visa o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens estatal integrado aos serviços governamentais, sinalizando uma mudança estratégica em direção à soberania digital.

Anton Gorelkin, vice-chefe do comitê de tecnologia da informação da câmara baixa do parlamento russo, expressou sua opinião de forma contundente. “É hora do WhatsApp se preparar para deixar o mercado russo”, afirmou Gorelkin em uma declaração no Telegram, ressaltando que a Meta é considerada uma organização extremista no país.

A pressão sobre o WhatsApp se intensifica à medida que a Rússia busca alternativas nacionais. O aplicativo apoiado pelo estado, MAX, surge como um potencial substituto, com a expectativa de que conquiste uma fatia significativa do mercado caso o WhatsApp seja banido. Atualmente, o WhatsApp é utilizado diariamente por 68% dos russos.

A Meta, proprietária do WhatsApp, ainda não se manifestou sobre a ameaça de banimento. A empresa já enfrentou restrições severas na Rússia, com o Facebook e o Instagram proibidos desde 2022, após o início da invasão da Ucrânia por Moscou.

O cerco à liberdade online na Rússia se estreita com a aprovação de novas emendas legais. As medidas propõem multas elevadas para quem pesquisar online materiais considerados extremistas pelo governo, incluindo sites como Instagram e Facebook, além de conteúdo de políticos e ativistas da oposição.

Anton Nemkin, membro do comitê de TI do parlamento, foi incisivo ao afirmar que “a presença de tal serviço no espaço digital da Rússia é, de fato, uma violação legal da segurança nacional”. A declaração, divulgada pela agência de notícias TASS, reforça a determinação do governo em controlar o fluxo de informações no país.

Questionado sobre a possível saída do WhatsApp da Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizou que todos os serviços devem obedecer à legislação russa. A Rússia busca consolidar o que chama de “soberania digital”, priorizando o desenvolvimento e a promoção de serviços nacionais.

Críticos temem que o novo aplicativo de mensagens estatal possa monitorar as atividades dos usuários e sugerem que o governo russo possa reduzir a velocidade do WhatsApp para incentivar a migração para a plataforma nacional. O YouTube, da Alphabet, já experimentou uma queda drástica no número de usuários diários na Rússia devido à lentidão no acesso.

Um decreto recente de Vladimir Putin determina a introdução de restrições adicionais ao uso de software, incluindo serviços de comunicação, produzidos em “países hostis” que impuseram sanções contra a Rússia. O prazo para implementação das medidas é 1º de setembro, e, segundo Gorelkin, o WhatsApp provavelmente será um dos serviços afetados.

A intensificação das restrições digitais na Rússia tem impactado o mercado de tecnologia. As ações da empresa estatal VK, que desenvolve serviços digitais nacionais como o VK Video, rival do YouTube, registraram um aumento de 1,9% após o anúncio das possíveis restrições ao WhatsApp.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

COTAÇÃO DO DIA

BRL - Moeda brasileira
USD
5,562
EUR
6,489
GBP
7,500

Mais lidas

DE TUDO UM POUCO