Um surto de doença ainda não identificada em São Francisco, no Norte de Minas Gerais, mobilizou as autoridades de saúde. Pelo menos 20 pessoas adoeceram e duas morreram após participarem de eventos com aglomerações no final de junho. O caso é tratado com máxima urgência, visando identificar a causa por trás da rápida evolução da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Diante da gravidade da situação, as autoridades classificaram o ocorrido como um Evento de Importância para a Saúde Pública (EISP). O Ministério da Saúde, em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o programa EpiSUS Avançado, está conduzindo minuciosas investigações tanto em laboratório quanto no campo epidemiológico, buscando desvendar os mistérios do surto.
As investigações apontam para uma ligação entre os casos e três eventos sociais distintos: dois realizados na zona rural nos dias 23 e 24 de junho, e um na área urbana em 27 de junho. Entre as vítimas, há relatos de membros de uma mesma família, o que intensifica a preocupação das autoridades sanitárias.
Até o momento, foram confirmadas duas mortes, ambas de pacientes que apresentaram um quadro clínico de rápida deterioração, falecendo em poucas horas. Um terceiro paciente, que chegou a ser internado em estado grave, recebeu alta após tratamento. Além dos óbitos, cerca de 20 pessoas manifestaram sintomas como febre, tosse, dores no corpo, dificuldade para respirar e sangramentos.
Os primeiros exames laboratoriais descartaram uma série de possíveis causas, incluindo hantavirose, leptospirose, meningites bacterianas e febres hemorrágicas. Contudo, testes preliminares revelaram infecções simultâneas em alguns pacientes, como Influenza A (gripe), Rinovírus, Parainfluenza tipo 4 e Vírus Sincicial Respiratório (VSR). “O Ministério da Saúde está trabalhando, investigando os óbitos e os casos internados na cidade”, afirmou Mariângela Simão, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (MS).
Apesar de individualmente causarem quadros mais leves, a combinação dessas infecções pode ter desencadeado a SRAG e, em indivíduos mais vulneráveis, levado ao óbito. A pasta da Saúde também destaca a baixa cobertura vacinal contra a influenza na região, um fator que pode ter contribuído para o agravamento dos casos. Em resposta, uma campanha de vacinação foi iniciada para imunizar a população contra gripe, Covid-19, febre amarela e outras doenças.
Como medida preventiva, a prefeitura de São Francisco implementou diversas normas, como evitar aglomerações, exigir o uso de máscaras para pessoas sintomáticas ou imunossuprimidas e realizar triagem médica em eventos. A expectativa é que o diagnóstico final seja divulgado no início da próxima semana, com relatórios técnicos previstos para segunda-feira (21/7).
Fonte: http://www.metropoles.com
