A contemplação no consórcio representa o ápice da jornada, o momento em que o sonho de adquirir um bem ou serviço se torna realidade. No entanto, o caminho até a carta de crédito pode parecer complexo, com suas etapas e nuances. Para navegar com segurança e evitar surpresas desagradáveis, é crucial conhecer a fundo o processo.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre a contemplação, o InfoMoney conversou com Márcio Massani, diretor executivo-comercial da Âncora Consórcios. Ele compartilhou insights valiosos sobre as diferentes formas de ser contemplado, o uso flexível da carta de crédito e os cuidados necessários para evitar contratempos. Acompanhe os principais pontos destacados pelo especialista.
Existem duas formas principais de alcançar a tão sonhada contemplação: por meio de sorteio, o método tradicional, ou através de lances. “É importante destacar que as regras e modalidades de lances podem variar entre as administradoras”, explica Massani, enfatizando a necessidade de consultar o regulamento do grupo antes de definir a estratégia.
Após a contemplação, surge a dúvida: é possível receber a carta de crédito em dinheiro? A resposta é sim, mas apenas após 180 dias da quitação total do consórcio. Antes desse prazo, o valor deve ser utilizado obrigatoriamente na aquisição do bem ou serviço desejado, com o pagamento direcionado ao fornecedor ou vendedor indicado.
A flexibilidade é uma das grandes vantagens do consórcio. É possível utilizar a carta de crédito para adquirir um bem mais caro, complementando o valor com recursos próprios, ou um bem mais barato, utilizando o saldo restante para quitar parcelas futuras ou adquirir outro item. A troca do tipo de bem também é permitida, desde que dentro da mesma categoria, como trocar um carro por uma moto em um consórcio de veículos.
O tempo para receber o crédito após a contemplação varia conforme a administradora. Na Âncora Consórcios, por exemplo, o prazo é de 3 a 10 dias úteis para bens móveis e de 15 a 30 dias úteis para imóveis, conforme Massani. No entanto, é importante ressaltar que a liberação está sujeita à análise de crédito, que envolve a avaliação do bem e da capacidade de pagamento do consorciado.
Ser sorteado ou dar um lance vencedor não garante automaticamente a contemplação. A aprovação na análise de crédito é um requisito fundamental. Restrições financeiras ou a falta de comprovação de renda podem levar ao bloqueio temporário do crédito, que poderá ser liberado após a regularização das pendências, explica o gestor.
Para evitar problemas na contemplação, Massani destaca a importância de manter a saúde financeira em dia e reunir a documentação necessária com antecedência. Além disso, é fundamental verificar se o bem escolhido está dentro da categoria contratada e das regras do consórcio, consultando a administradora em caso de dúvidas.
Por fim, o especialista alerta para as consequências da inadimplência após a contemplação. A interrupção dos pagamentos pode levar à perda do bem, cobrança de encargos e até mesmo ação judicial. “Sempre recomendamos que o cliente contemple apenas quando tiver segurança financeira de que conseguirá manter o pagamento das parcelas até o fim”, finaliza Massani.
Fonte: http://www.infomoney.com.br