Uma nova pesquisa publicada no British Journal of Nutrition lança luz sobre a influência direta da dieta na psoríase. O estudo revela que padrões alimentares inflamatórios, ricos em ultraprocessados, carne vermelha e açúcar, estão associados a quadros mais graves da doença.
Os resultados indicam que uma dieta equilibrada pode ser uma ferramenta importante para atenuar os sintomas da psoríase. A psoríase, vale lembrar, é uma doença inflamatória crônica que se manifesta através de placas e manchas ressecadas na pele, afetando principalmente áreas como braços e cotovelos.
A dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que “estudos observacionais anteriores já indicavam essa relação entre dietas inflamatórias e a piora do quadro clínico”. A especialista destaca que, embora o papel da alimentação ainda esteja sendo esclarecido, o tema tem despertado crescente interesse científico.
O estudo analisou 257 adultos com psoríase, avaliando sua adesão a diferentes padrões alimentares, incluindo a dieta mediterrânea e a DASH. Os dados foram comparados com a gravidade da doença dermatológica, revelando uma clara associação: quanto mais saudável a dieta, mais brandos os sintomas.
“Essa relação é coerente com a fisiopatologia da psoríase, uma doença inflamatória crônica e imunomediada, onde a dieta atua como um fator ambiental capaz de modular processos inflamatórios sistêmicos”, explica Barbara Miguel. Dietas ricas em frutas, vegetais, fibras e alimentos minimamente processados oferecem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem auxiliar no controle da doença.
É importante frisar que a alimentação não substitui o tratamento médico convencional para psoríase. No entanto, ela pode potencializar os resultados e ajudar a controlar comorbidades frequentemente associadas, como síndrome metabólica e risco cardiovascular, conforme destaca a dermatologista.
“A alimentação saudável deve ser vista como parte integrante do plano terapêutico, especialmente em pacientes com sobrepeso ou obesidade, condições que sabidamente agravam o quadro inflamatório da psoríase”, conclui Barbara Miguel. A especialista enfatiza a necessidade de uma abordagem multidisciplinar que considere tanto a pele quanto os hábitos de vida do paciente.
Fonte: http://www.metropoles.com