A música brasileira perdeu uma de suas vozes mais vibrantes e inspiradoras. Preta Gil faleceu neste domingo (20/7), após uma intensa batalha contra o câncer, enfrentada com a mesma garra e alegria que marcaram sua trajetória artística. A cantora, que estava nos Estados Unidos em busca de tratamentos inovadores, deixa um legado de coragem, talento e amor pela vida.
Nascida no Rio de Janeiro em 8 de agosto de 1974, Preta Gil cresceu em um ambiente musicalmente rico, como filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha. Sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, sua vida sempre esteve entrelaçada com a arte. Além de cantora, Preta também se destacou como atriz, apresentadora e empresária, fundando a Music2Mynd, consolidando seu espírito empreendedor.
Preta trilhou seu caminho na música com autenticidade. “Cresceu em meio a muitas cores, sabores e estímulos daquilo que poderíamos chamar de ‘geleia geral’ da cultura musical das últimas três décadas”, como descreve sua biografia, refletindo a diversidade que sempre permeou seu trabalho. Sua decisão de se assumir cantora aos 29 anos, após vencer seus medos, marcou o início de uma carreira singular.
Seu primeiro álbum, “Prêt-à- Porter”, lançado em 2003, foi apenas o começo de uma jornada musical que culminou com o Bloco da Preta, um fenômeno do Carnaval carioca. A partir de 2010, o bloco se tornou um dos maiores e mais animados da cidade, arrastando multidões e celebrando a alegria e a diversidade que sempre foram a marca de Preta Gil. A mistura de ritmos brasileiros, do pop ao sertanejo, passando pelo funk, axé, pagode e samba, era a essência de seu trabalho.
A luta de Preta contra o câncer foi acompanhada de perto por fãs e admiradores, que se inspiraram em sua força e resiliência. Enfrentou momentos difíceis, como a sepse durante a quimioterapia e um divórcio doloroso, mas nunca perdeu a esperança. Em dezembro de 2023, comemorou a remissão da doença, mas, infelizmente, o câncer retornou em agosto de 2024, exigindo tratamentos ainda mais intensivos. Sua determinação em buscar alternativas, inclusive nos Estados Unidos, demonstra sua incansável busca pela cura e sua vontade de viver intensamente.
Fonte: http://www.metropoles.com