O Ibovespa abriu a semana em alta, impulsionado pelo forte desempenho do minério de ferro na China e pelo otimismo nos mercados de Nova York. A valorização ocorre apesar das persistentes preocupações com as tarifas americanas, que têm gerado volatilidade no mercado financeiro brasileiro.
Além do cenário externo favorável, o mercado também reagiu positivamente à nova rodada de projeções do Boletim Focus. As estimativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2025 e 2026 apresentaram alívio, atenuando as recentes quedas do principal índice da B3.
Por volta das 11h, o Ibovespa registrava alta de 0,72%, atingindo 134.335,82 pontos. Na contramão, na última sexta-feira, o índice fechou em baixa de 1,61%, refletindo um período de incertezas e aversão ao risco.
O economista-chefe do BV, Roberto Padovani, destaca que a semana anterior foi marcada por tensões globais relacionadas às tarifas americanas. “As atenções continuaram voltadas a questões tarifárias norte-americanas com imposição e novas tarifas a novos países, com atenção especial a Brasil e México”, afirmou Padovani, ressaltando que o tema deve permanecer no radar dos investidores.
A analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, ressalta que o alívio do dólar frente ao real e a queda nos juros futuros de curto prazo também contribuem para o cenário positivo. Ela ainda pontua que as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a possibilidade de uma solução diplomática para as tarifas americanas, trouxeram certo alívio ao mercado. “É um assunto que deve seguir no radar e continuar gerando volatilidade e também a semana é de agenda mais vazia”, completa a analista.
No cenário político, os temores de um endurecimento das tarifas americanas após a ofensiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem no radar. Haddad declarou que o governo está avaliando alternativas para mitigar o impacto das tarifas sobre os produtos brasileiros.
No Boletim Focus, a mediana para o IPCA de 2026 recuou para 4,45%, abaixo do teto da meta pela primeira vez desde março. Para 2025, a expectativa é de 5,10%.
Fonte: http://www.infomoney.com.br
