O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU acusou as forças israelenses de abrir fogo contra uma multidão de palestinos famintos que se aproximavam de um comboio de ajuda humanitária no norte de Gaza, no domingo (20). O incidente levanta sérias preocupações sobre a segurança das operações de assistência em meio à crescente crise humanitária na região. A situação em Gaza se deteriorou drasticamente, com relatos de fome e desnutrição generalizadas.
Segundo o Ministério da Saúde palestino, ligado ao Hamas, mais de 70 pessoas morreram durante o incidente, alegadamente baleadas por tropas israelenses enquanto buscavam desesperadamente por alimentos. As Forças de Defesa de Israel (IDF) responderam às acusações, afirmando que seus soldados dispararam tiros de advertência para dispersar o que descreveram como uma “ameaça imediata”. No entanto, as IDF contestam o número de vítimas relatado pelas autoridades palestinas.
O PMA detalhou que um comboio de 25 caminhões carregados com suprimentos alimentares essenciais cruzou a fronteira de Zikim com destino às comunidades famintas no norte de Gaza. “Pouco após passar pelo último posto de controle além da travessia de Zikim para Gaza, o comboio encontrou grandes multidões de civis aguardando ansiosamente para ter acesso aos suprimentos alimentares desesperadamente necessários”, declarou o PMA em comunicado divulgado no X (antigo Twitter).
Ainda segundo o PMA, “conforme o comboio se aproximava, a multidão ao redor foi alvo de tiros de tanques israelenses, atiradores de elite e outros disparos”. A agência da ONU enfatizou que ataques contra missões humanitárias, comboios e distribuições de alimentos devem cessar imediatamente, ressaltando que o incidente recente demonstra os perigos crescentes enfrentados pelas operações humanitárias em Gaza.
A crise de fome em Gaza atingiu níveis alarmantes, com relatos de mortes por inanição. “A desnutrição está aumentando, com 90 mil mulheres e crianças precisando urgentemente de tratamento, enquanto quase uma em cada três pessoas em Gaza não come há dias”, alertou o PMA, destacando a urgência de se garantir o acesso seguro e irrestrito da ajuda humanitária à população necessitada.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br