O setor madeireiro do Paraná, um dos pilares da economia estadual, já sente os impactos da recente taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo governo americano, eleva a preocupação com a competitividade e a manutenção de empregos em um setor crucial para o estado.
Empresas paranaenses, fortemente dependentes do mercado americano, reagem com medidas emergenciais para mitigar os efeitos da nova tarifa. A implementação de férias coletivas em grandes empresas do setor é um reflexo imediato da crise iminente, visando ajustar a produção à nova realidade do mercado.
Em Guarapuava, a Millpar, focada na fabricação de molduras para exportação, concedeu férias coletivas para 640 funcionários por 15 dias. Segundo a empresa, a medida visa preservar a sustentabilidade das operações diante da queda temporária na demanda internacional. A BrasPine, em Jaguariaíva, também adotou a mesma estratégia, afastando 700 trabalhadores, o que representa 28% de seu quadro funcional.
Dados do Dieese revelam a importância do setor madeireiro para o Paraná, respondendo por 38,7% das exportações estaduais para os EUA em 2024, movimentando US$ 614,5 milhões. A Abimci alerta para o risco de colapso, ressaltando que as novas tarifas comprometem a competitividade de toda a cadeia produtiva, que gera cerca de 180 mil empregos diretos no Brasil.
A associação destaca que a maior parte da capacidade instalada do setor está concentrada no Sul do país, impactando diretamente pequenos municípios. Diante desse cenário, representantes do setor aguardam ações do governo brasileiro para atenuar os impactos da taxação e proteger a principal atividade de exportação do Paraná. Mailson da Nóbrega, economista e ex-ministro da Fazenda, debateu possíveis soluções para a crise em entrevista à CBN, evidenciando a urgência do tema.
Fonte: http://cbncuritiba.com.br