A janela para que empresas brasileiras evitassem as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre diversos produtos exportados para os Estados Unidos se fechou. A tentativa de antecipar embarques, após o anúncio da medida em 9 de julho, mostrou-se inviável diante dos prazos de transporte marítimo.
Exportadores de café, carne, celulose e outros itens intensificaram os envios nas primeiras semanas de julho, buscando escapar da taxação que entra em vigor em 1º de agosto. O embarque de proteínas animais, por exemplo, registrou um aumento expressivo de 96%.
Entretanto, a estratégia de ‘corrida contra o tempo’ não se sustentou. Técnicos do Porto de Santos informaram à CNN que o tempo médio de viagem para os principais portos americanos varia de 14 a 18 dias. Sendo assim, mesmo que os embarques fossem realizados hoje, não seria possível evitar as tarifas.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) esclarece que a taxação considera a data de chegada da mercadoria ao destino. Logo, produtos embarcados antes de 1º de agosto, mas que chegarem após essa data, estarão sujeitos à tarifa.
Além do tempo de viagem, outros fatores podem prolongar o transporte, como rotas alternativas, escalas e condições climáticas adversas. No caso do café, principal produto afetado, a rota até portos como Nova Orleans ou Nova York pode levar até 30 dias.
Diante desse cenário, o setor produtivo brasileiro busca alternativas, como o diálogo direto com empresas americanas. Uma importadora de suco de laranja, por exemplo, já acionou a Justiça dos Estados Unidos contra a medida.
Outra estratégia em avaliação é a proposição de uma lista de exceções ao governo americano, focada em produtos naturais não produzidos nos EUA. A National Coffee Association, principal entidade do setor nos EUA, lidera essa iniciativa, buscando garantir a importação de café com taxas reduzidas.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br