A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de suspender as reuniões das comissões da Casa gerou forte reação do líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Cavalcante classificou o ato como “ilegal e antirregimental”, elevando a tensão no cenário político. A medida frustrou a oposição, que planejava usar as sessões para debater medidas favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
As comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores, ambas sob comando do PL, tinham sessões agendadas para esta terça-feira, mesmo durante o recesso parlamentar. A convocação visava responder às restrições judiciais impostas a Bolsonaro, mas foram abruptamente canceladas por Motta. Essa manobra política intensifica o embate entre governo e oposição no Congresso.
Sóstenes Cavalcante argumenta que, com Motta e o vice-presidente da Câmara fora do país, a presidência em exercício caberia ao segundo vice-presidente, Elmar Nascimento (União-BA). Segundo o líder do PL, o veto de Motta desrespeita o regimento interno da Casa. A disputa interna expõe divisões e questionamentos sobre a legalidade da decisão.
Em resposta ao veto, deputados do PL realizaram uma coletiva de imprensa, confirmando a intenção de pautar requerimentos de moção de louvor a Bolsonaro no retorno do recesso. “Vamos lutar para que a voz da direita seja ouvida nesta Casa”, declarou um dos parlamentares presentes. O clima de polarização se mantém aceso no parlamento.
O pano de fundo da crise é o inquérito e as medidas restritivas impostas a Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A defesa do ex-presidente tem manifestado preocupação com as implicações das decisões judiciais. O caso continua a gerar debates acalorados e estratégias de reação por parte dos aliados de Bolsonaro.
Fonte: http://www.metropoles.com