O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) elevou o tom contra o governo Lula, cobrando publicamente o cumprimento de promessas de campanha relacionadas à reforma agrária. Através de uma carta aberta e de uma campanha nacional intitulada “Lula, cadê a reforma agrária?”, o movimento busca pressionar o presidente a acelerar a implementação de políticas para o campo, que consideram essenciais.
A carta, divulgada na última segunda-feira, critica a lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, atualmente sob a gestão de Paulo Teixeira. O MST expressa o desejo de tratar diretamente com o presidente Lula, buscando evitar intermediários e garantir que as demandas do movimento sejam devidamente consideradas.
“A reforma agrária é um instrumento essencial para garantir a soberania nacional e alimentar”, afirma o MST em sua carta. O movimento alega que existem atualmente 122 mil famílias acampadas e 400 mil assentadas no país, todas aguardando políticas públicas efetivas que impulsionem a produção de alimentos e o desenvolvimento de suas propriedades.
Além da lentidão na reforma agrária, o MST manifesta preocupação com outras decisões do governo, como a aprovação do projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental e a proposta que permite ação policial sem ordem judicial em ocupações. O movimento também critica a manutenção de normas que autorizam mineração e grandes obras em áreas de assentamento, considerando-as prejudiciais aos seus interesses.
Em resposta às críticas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) assegura que o ritmo da reforma agrária foi retomado e que o governo pretende alcançar resultados recordes na área. A pasta informa que quase 14 mil novos lotes para assentamentos foram disponibilizados este ano e que, até o final de 2025, todas as famílias acampadas serão homologadas, demonstrando um compromisso com a pauta agrária.
Fonte: http://jovempan.com.br