O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) elevou o tom contra o governo Lula, cobrando publicamente a retomada e aceleração da reforma agrária. Através de uma carta aberta e da campanha nacional “Lula, cadê a reforma agrária?”, o movimento busca pressionar o Executivo a implementar políticas efetivas para o campo, criticando a morosidade nos processos. A cobrança ocorre em um momento de expectativas elevadas em relação às promessas de campanha do presidente.
Na carta, o MST enfatiza a importância da reforma agrária como “instrumento essencial para garantir a soberania nacional e alimentar”. A crítica se direciona principalmente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, liderado por Paulo Teixeira. O movimento expressa o desejo de tratar diretamente com o presidente, buscando evitar intermediários que, segundo eles, estariam retardando o processo.
O movimento alega que 122 mil famílias acampadas e 400 mil assentadas aguardam políticas públicas que impulsionem a produção de alimentos e o desenvolvimento de suas terras. Além da lentidão na reforma, o MST também manifesta preocupação com a aprovação de projetos de lei que flexibilizam o licenciamento ambiental e autorizam ações policiais sem ordem judicial em ocupações, bem como normas que permitem mineração em áreas de assentamento.
Em resposta às críticas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar assegura que o ritmo da reforma foi retomado e que pretende alcançar resultados históricos. A pasta informou que quase 14 mil novos lotes para assentamentos foram disponibilizados este ano e garante que, até o final de 2025, todas as famílias acampadas serão homologadas. O governo ressalta que respeita o papel do MST, mas reafirma o compromisso de alcançar metas ambiciosas na área agrária.
Fonte: http://jovempan.com.br