sexta-feira, julho 25, 2025

Por que você se lembra (ou não) dos seus sonhos? A ciência explica

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Já se perguntou por que algumas pessoas relatam sonhos vívidos e detalhados, enquanto outras sequer se lembram de ter sonhado? Essa diferença intrigante tem raízes na complexa fisiologia do sono e em outros fatores surpreendentes. Entenda os mecanismos por trás da memória onírica e descubra se é possível influenciar a lembrança dos seus sonhos.

Um dos principais fatores é o momento do despertar. A psicóloga Larissa Fonseca explica que a lembrança dos sonhos está fortemente ligada ao sono REM, fase de intensa atividade cerebral onde os sonhos mais vívidos ocorrem. “Pessoas que despertam várias vezes à noite tendem a lembrar mais dos sonhos justamente por essa interrupção dos ciclos”, afirma.

O médico do sono Sérgio Pontes Prado reforça essa ideia, destacando que não é que essas pessoas sonhem mais, mas sim que têm maior facilidade em recordar o conteúdo onírico. Ele ressalta a importância do sono REM, que se intensifica na segunda metade da noite, explicando que quem dorme pouco pode ter menos dessa fase e, consequentemente, menos recordações.

Além do sono REM, a personalidade também desempenha um papel. Pessoas mais fantasiosas ou que atribuem significado aos sonhos tendem a se lembrar com mais frequência, conforme explica Prado. A capacidade de memorização também influencia, assim como a idade, já que o sono REM diminui com o passar dos anos, reduzindo as chances de recordação.

A psicóloga Larissa Fonseca ainda adiciona que o autoconhecimento e a terapia podem intensificar os sonhos. “Quando estamos em processos de autoconhecimento ou em terapia, os sonhos costumam se intensificar”, afirma. Para a psicanálise, os sonhos são uma via de acesso ao inconsciente, e lembrá-los pode indicar uma conexão mais ativa com conteúdos emocionais profundos.

A qualidade do sono e o uso de certos medicamentos também são fatores cruciais. Condições como apneia e o consumo de álcool, antidepressivos e sedativos podem alterar o padrão do sono REM, afetando a experiência dos sonhos. A neurologista Natasha Consul Sgarioni explica que a interrupção de alguns desses remédios pode provocar mudanças perceptíveis nos sonhos.

Segundo a neurologista Natália Nasser Ximenes, alguns medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos, podem aumentar a ocorrência de pesadelos. “Acredita-se que isso esteja relacionado a alterações na neurotransmissão cerebral e na arquitetura do sono”, diz. Por outro lado, sonhar não é necessariamente um problema, dependendo do conteúdo e da forma como a pessoa lida com isso.

O cérebro pode ser treinado para lembrar mais dos sonhos através de práticas simples, como manter um diário ao lado da cama para anotar fragmentos do sonho assim que acordar. Uma rotina de sono regular e o acompanhamento terapêutico também contribuem. Quem busca lembrar menos dos sonhos deve investir na qualidade do sono, evitando interrupções e tratando possíveis distúrbios.

Fonte: http://www.metropoles.com

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