O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) respondeu enfaticamente a uma carta aberta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesta semana. A pasta negou as alegações de lentidão na reforma agrária e falta de apoio à agricultura familiar, defendendo o ritmo atual das ações do governo. As informações foram inicialmente divulgadas pela Folha de S.Paulo.
O MDA, liderado pelo ministro Paulo Teixeira, afirmou que a reforma agrária retomou o ritmo dos governos anteriores de Lula. “Ao contrário do que diz a carta do MST, a reforma agrária no Brasil retomou o ritmo dos dois primeiros governos do presidente Lula”, declarou o ministério em nota. A meta é ambiciosa: criar 30 mil novos lotes ainda em 2025 e alcançar 60 mil até o final do mandato, o que representaria metade das 120 mil famílias acampadas no país.
Contudo, o MST contesta os números e alega que 400 mil famílias assentadas ainda aguardam políticas públicas efetivas. Na carta, o movimento questiona o governo sobre o andamento da reforma agrária, especialmente após o apoio dado nas eleições de 2022. “Após mais de três anos de governo Lula, a reforma agrária continua paralisada e as famílias acampadas e assentadas se perguntam: Lula, cadê a reforma agrária?”, diz a carta.
Em resposta direta às críticas, o MDA reafirmou seu compromisso com a reforma agrária. “Respeitamos o papel dos movimentos sociais de reivindicar, mas a verdade é que o governo Lula 3 caminha para bater recordes históricos na reforma agrária”, argumentou a pasta, buscando desmistificar as acusações de lentidão.
O MST também aproveitou a carta para abordar a questão da soberania nacional, mencionando a sobretaxa imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. “Soberania nacional só é possível com soberania alimentar. E a soberania alimentar se constrói com a agricultura familiar camponesa e com a reforma agrária”, defendeu o movimento, buscando alinhar a pauta da reforma agrária com a agenda de soberania do governo Lula.
Vale lembrar que em janeiro, o MST já havia cobrado o assentamento de 100 mil famílias acampadas e, em abril, realizou invasões de propriedades para pressionar por avanços na questão fundiária. A disputa entre o governo e o MST sobre o ritmo e a efetividade da reforma agrária continua sendo um ponto central no debate político e social do país.
Fonte: http://jovempan.com.br