Impulsionadas pela valorização do minério de ferro, que ultrapassou os US$ 100, as ações da Vale (VALE3) exibem um desempenho notável em julho, contrastando com a leve queda do Ibovespa no mesmo período. Após um primeiro semestre de 2024 relativamente estável, surge a questão: o otimismo em relação aos papéis da companhia se justifica a longo prazo?
Apesar de uma divisão nas recomendações do mercado, com analistas da Reuters demonstrando opiniões neutras ou de compra, o preço-alvo médio de R$ 75,40 sugere um potencial de valorização significativo. Esse cenário atrai a atenção de investidores, tanto pelas flutuações de curto prazo no preço do minério quanto por possíveis mudanças estruturais no setor.
O Itaú BBA reforçou sua recomendação de ‘outperform’ para a Vale, com um preço-alvo de R$ 74 para as ações VALE3 e US$ 13 para os ADRs, indicando um ‘upside’ de 32% e 28%, respectivamente. Segundo os analistas Daniel Sasson e equipe, a Vale enfrenta desafios macroeconômicos, mas sua posição operacional e estratégica a distingue de seus concorrentes australianos.
“Embora reconheçamos que o ambiente macroeconômico seja desafiador para as commodities em geral, devido às incertezas da escalada da guerra comercial, a Vale parece estar em uma posição operacional e estratégica diferente em comparação com seus pares australianos no setor de minério de ferro”, afirmam os analistas do BBA.
O Bradesco BBI também compartilha uma visão otimista, ressaltando a recente alta do minério de ferro, que atingiu as máximas em cinco meses. Leonardo Araújo, especialista em investimentos da GT Capital, destaca que a VALE3 é fortemente influenciada pelo preço do minério, principal catalisador da recente valorização.
O especialista observa múltiplos atrativos para o ativo, como P/L em torno de 7,96 vezes, P/VP em 1,24 vez e dividend yield de 8,62% nos últimos 12 meses. “Esses números sugerem que o ativo pode estar ficando ‘muito barato’ para quem pensa em uma alocação de médio a longo prazo”, avalia Araújo.
O mercado aguarda a prévia operacional da Vale, que será divulgada nesta terça-feira (22), após o fechamento do mercado. O Bradesco BBI estima uma produção de minério de ferro de 82 milhões de toneladas, um aumento de 2% em relação ao ano anterior.
Fonte: http://www.infomoney.com.br