A Coca-Cola anunciou o lançamento de uma nova versão do refrigerante nos Estados Unidos, agora adoçada com açúcar de cana. A decisão, que visa atender a uma crescente preferência do consumidor, promete agitar o mercado global do produto. Estima-se que a nova fórmula demandará cerca de 1,5 milhão de toneladas de açúcar anualmente.
Segundo Plínio Nastari, CEO da Datagro, a mudança poderá inverter o cenário do balanço mundial de açúcar. “Para o ano comercial 2025-2026, a projeção atual indicava um superávit de 900 mil toneladas”, revelou Nastari à CNN Money. “Com a nova demanda da Coca-Cola, esse cenário se converterá em um déficit de aproximadamente 500 mil toneladas.”
Nos Estados Unidos, a Coca-Cola mexicana, fabricada com açúcar de cana, já possui um mercado consolidado, chegando a ser vendida por um preço significativamente superior à versão local, que utiliza xarope de milho. A preferência pelo açúcar de cana está atrelada ao sabor diferenciado e a estudos que apontam uma menor propensão à obesidade em comparação com refrigerantes adoçados com xarope de milho.
O consumo mundial de açúcar gira em torno de 194 milhões de toneladas, com um balanço de oferta e demanda bastante equilibrado. Apesar da mudança significativa no mercado global, especialistas não preveem alterações expressivas nos preços do mercado interno brasileiro no curto prazo, uma vez que o Brasil possui a economia açucareira mais livre do mundo.
Apesar do aumento da demanda, o Brasil, como maior produtor e exportador mundial de açúcar, deve conseguir atender parte da demanda adicional. Contudo, o impacto nos preços globais e a eventual influência no mercado brasileiro ainda serão monitorados de perto.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br