O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) anunciou uma nova política que proíbe a participação de mulheres trans em competições femininas organizadas por federações esportivas nacionais. A medida, que entrará em vigor em 21 de julho de 2025, representa uma mudança significativa no cenário esportivo americano.
A decisão surge em resposta direta ao decreto executivo “Keeping Men Out of Women’s Sports”, assinado pelo então presidente Donald Trump. O USOPC, em comunicado oficial, justificou a alteração com a necessidade de “cumprir com as expectativas federais”, indicando uma forte influência do governo na política esportiva.
A nova diretriz foi discretamente publicada no site do USOPC, atualizando a seção de elegibilidade de atletas transgêneros. Em carta enviada às entidades esportivas nacionais, a CEO do USOPC, Sarah Hirshland, e o presidente Gene Sykes, afirmaram que a organização tem uma “obrigação de cumprir com as expectativas federais” e que a política revisada enfatiza a importância de garantir ambientes de competição justos e seguros para as mulheres.
A implementação da nova política já está em andamento. Federações como a USA Fencing (esgrima) e a USA Track and Field (atletismo) já começaram a adequar seus regulamentos internos, sinalizando uma mudança generalizada no esporte americano.
O caso da USA Fencing é particularmente emblemático. A organização tem sido alvo de críticas desde abril, quando a atleta Stephanie Turner protestou contra a escalação de uma adversária trans. O caso gerou um debate acalorado e culminou em uma audiência no Congresso, onde Turner depôs contra o presidente da USA Fencing.
Enquanto isso, a USA Gymnastics (Ginástica) removeu sua política de elegibilidade do site, alegando que está avaliando a conformidade com o “cenário jurídico atual”. A USA Track and Field, por sua vez, adotou as diretrizes da World Athletics, que são mais restritivas quanto à participação de atletas trans.
A medida do USOPC ocorre em um contexto de crescente debate sobre a inclusão de atletas trans no esporte. Mais de vinte estados norte-americanos já adotaram leis que proíbem a participação de mulheres trans em modalidades femininas, evidenciando uma tendência de restrição em nível nacional.
Com o USOPC supervisionando cerca de 50 federações nacionais, a nova diretriz terá um impacto abrangente no esporte americano. Clubes locais e associações esportivas deverão ajustar seus próprios regulamentos para manter o vínculo com as entidades nacionais, consolidando uma nova era de exclusão para atletas trans.
Fonte: http://revistaoeste.com