O dólar registrou uma queda acentuada frente ao real nesta quarta-feira, atingindo R$ 5,52, o menor patamar desde as declarações de Donald Trump sobre tarifas para produtos brasileiros. Esse movimento foi impulsionado por um apetite global por risco, em meio a expectativas de novos acordos comerciais dos Estados Unidos com diversos países. O Ibovespa, por sua vez, surfou na onda do otimismo e encostou nos 135 mil pontos, impulsionado pelo cenário externo favorável.
A moeda americana iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,5782, mas perdeu força ao longo da tarde, fechando com uma queda de 0,79%, cotada a R$ 5,5230. A última vez que o dólar havia fechado nesse nível foi em 9 de julho de 2025, data em que Trump anunciou a intenção de taxar produtos brasileiros em 50% a partir de agosto. A desvalorização do dólar ganhou tração com notícias de um possível acordo comercial entre EUA e União Europeia.
Segundo o Financial Times, os EUA e a UE estariam próximos de um acordo para uma tarifa de 15% sobre produtos europeus, um valor menor do que os 30% inicialmente cogitados. Além disso, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, sinalizou que os EUA têm “muitos acordos comerciais para anunciar”, após resoluções com Japão, Indonésia e Filipinas. Esse cenário contribuiu para a busca por risco e a desvalorização do dólar frente a moedas emergentes e de exportadores de commodities.
No mercado acionário, o Ibovespa renovou máximas da sessão, impulsionado pela queda do dólar e pelo bom humor dos investidores. A maioria das ações de primeira linha registrou ganhos, com destaque para Raízen, CVC, Natura e MRV. Apenas a Vale, com grande peso na carteira do índice, apresentou desempenho negativo. O índice fechou em alta de 0,99%, aos 135.368,27 pontos, com um giro financeiro de R$ 17,0 bilhões.
Enquanto isso, nos bastidores políticos, Donald Trump voltou a criticar o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, acusando-o de prejudicar as famílias americanas ao não reduzir as taxas de juros. No front brasileiro, empresas ligadas a Trump pediram à Justiça americana que o governo dos EUA avalie sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por supostas violações de direitos humanos. O cenário político segue no radar dos investidores, com potencial para influenciar o mercado financeiro.
Fonte: http://jovempan.com.br