A B3, buscando atender à crescente sofisticação dos traders brasileiros, expande sua oferta de derivativos com foco em criptoativos e mira novos mercados. Após o lançamento bem-sucedido do contrato futuro de Bitcoin, a Bolsa aposta em Ethereum, Solana e ouro, todos com microcontratos e margens acessíveis, facilitando a entrada de novos investidores. O próximo passo é ambicioso: lançar um contrato futuro de petróleo.
Essa estratégia foi tema de debate no painel “A B3 virou cripto?”, durante a Expert XP 2025. Marcos Skistymas, diretor geral de produtos listados da B3, ressaltou o compromisso da Bolsa em oferecer um ambiente seguro e transparente para negociação. “Nosso papel é trazer essas oportunidades na B3, trade de tudo ali, mas com segurança, transparência e preços justos na tela”, afirmou Skistymas.
Além do contrato futuro de petróleo, previsto para o início do próximo ano, a B3 também estuda a criação do VIX Brasil, um índice de volatilidade inspirado no famoso “Índice do Medo” global. A ideia, segundo Skistymas, é adaptar produtos de sucesso internacional à realidade do mercado brasileiro, sempre com foco na segurança e na regulamentação.
Os microcontratos de criptoativos, como Solana e Ethereum, foram projetados para democratizar o acesso ao mercado de derivativos. Com margens mínimas reduzidas de R$100 para cerca de R$ 50, a B3 busca atrair traders iniciantes e possibilitar estratégias com menor alavancagem. A medida já mostrou resultados, com um aumento de 20% no número de investidores negociando esses produtos diariamente.
Outro ponto crucial para os traders é o custo das operações. A B3 implementou a “faixa zero”, que oferece emolumentos reduzidos para novos participantes, incentivando a entrada e o aprendizado no mercado. Skistymas alerta para a importância de se atentar ao spread, muitas vezes negligenciado, que pode representar o maior custo da operação.
Visando facilitar a vida dos traders, a B3 planeja ampliar o horário de negociação dos contratos futuros de Bitcoin, Ethereum, Solana e ouro, das 8h às 20h. Essa mudança, prevista para outubro, permitirá aos investidores brasileiros capturar melhor os movimentos globais do mercado de criptoativos, que opera 24 horas por dia. Bruno Marques, trader e influenciador da XP, considera essa extensão fundamental para operar com mais contexto e menos improviso.
A B3 reforça seu compromisso com a educação financeira, promovendo comparações entre o mercado regulado e plataformas não reguladas. O objetivo é munir o investidor com informações claras sobre custos, riscos e a estrutura de cada opção. “Nosso desafio é educar e mostrar as diferenças”, conclui Skistymas.
Fonte: http://www.infomoney.com.br
