O governo dos Estados Unidos reafirmou que as novas tarifas comerciais, com impacto direto em países como Brasil e União Europeia, entrarão em vigor no próximo sábado, 1º de agosto. A confirmação foi feita pelo Secretário de Comércio, Howard Lutnick, em entrevista à Fox News, descartando qualquer possibilidade de adiamento ou período de carência.
“Sem extensões, sem mais prazos”, declarou Lutnick, enfatizando a determinação da administração Trump em implementar as medidas. O secretário ressaltou que a alfândega americana começará a recolher os valores das tarifas a partir da data estipulada, marcando o início de uma nova fase nas relações comerciais globais.
Embora a imposição das tarifas siga adiante, Lutnick indicou que o presidente Trump permanece aberto ao diálogo com as grandes economias. “Obviamente, depois de 1º de agosto, as pessoas ainda podem conversar com o presidente Trump”, afirmou, sinalizando que negociações futuras ainda são possíveis, mesmo com as tarifas em vigor.
O Brasil está entre os países mais impactados, após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos EUA, conforme carta enviada por Trump ao presidente Lula em 9 de julho. Essa medida faz parte de uma estratégia mais ampla do governo americano para pressionar parceiros comerciais e aumentar a arrecadação federal.
Segundo Lutnick, as tarifas podem gerar receitas significativas para os Estados Unidos, estimadas entre “US$ 700 a 800 bilhões, talvez cheguemos perto de US$ 1 trilhão”. O secretário argumenta que essa arrecadação contribuiria para a redução do déficit fiscal americano, justificando a implementação das medidas.
A União Europeia também está sob pressão, com negociações em andamento para evitar tarifas de 30%. Lutnick destacou que a Europa precisa apresentar um acordo vantajoso para Trump para que ele considere suspender as tarifas já estabelecidas.
Lutnick revelou que o presidente Trump lidera as negociações pessoalmente, com sua equipe econômica preparando o terreno. Ele citou a negociação com o Japão como um exemplo de sucesso, onde os japoneses concordaram em investir “US$ 550 bilhões em nossa infraestrutura de segurança nacional”.
O secretário criticou a postura do presidente do Federal Reserve, John Powell, em relação à redução da taxa básica de juros, em meio à incerteza econômica gerada pelas tarifas. Lutnick argumenta que a receita adicional gerada pelas tarifas deveria impulsionar a redução das taxas.
Finalmente, Lutnick abordou a questão do TikTok, enfatizando que a segurança nacional é uma prioridade, mesmo com a popularidade do aplicativo entre os jovens. Ele afirmou que “não se pode permitir que os chineses tenham um aplicativo em 100 milhões de telefones norte-americanos”, sinalizando uma possível restrição ao aplicativo no país.
Fonte: http://revistaoeste.com
