sábado, agosto 2, 2025

Fuga de Capital Estrangeiro da B3 Acelera com Aumento de Tarifas: Pior Julho em Quatro Anos à Vista?

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A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo dos Estados Unidos provocou uma forte reação no mercado financeiro. Investidores estrangeiros intensificaram a retirada de recursos da Bolsa brasileira, B3, gerando preocupações sobre o desempenho do mercado. O movimento de aversão ao risco levanta dúvidas sobre a capacidade de recuperação no curto prazo.

Desde o anúncio das tarifas, a B3 registrou oito sessões consecutivas de saída de capital estrangeiro, totalizando R$ 6,372 bilhões até 17 de julho. Com um acumulado mensal negativo superior a R$ 5 bilhões, o mês caminha para ser o pior julho desde 2021, quando a bolsa viu uma saída de R$ 8,250 bilhões em meio a incertezas fiscais e políticas. A avaliação predominante é de que a politização da questão tarifária dificulta negociações e coloca o Brasil em desvantagem.

A decisão de Donald Trump levanta questionamentos sobre os atrativos que impulsionaram o fluxo de investimentos para o Brasil no primeiro semestre de 2025. William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, destaca a mudança de cenário: “Agora o Brasil sai como o pior entre todos os países em termos de tarifas, e no curto prazo não vemos uma mudança para melhor”. A possibilidade de retaliação por parte do governo brasileiro adiciona mais incerteza ao panorama.

A incerteza política, com as eleições de 2026 no horizonte, também contribui para a cautela dos investidores. Pesquisas recentes indicam um aumento na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que pode gerar apreensão em relação à continuidade das políticas econômicas. Eduardo Carlier, codiretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, observa: “Qualidade do fiscal sugere cautela para desenhar ciclo de quedas dos juros”.

Embora o cenário atual seja de preocupação, alguns especialistas ainda veem potencial de recuperação para a Bolsa brasileira. O Bradesco BBI destaca que as ações brasileiras estão entre as mais baratas globalmente, tornando o valuation atraente. A expectativa é de um novo rali do Ibovespa no segundo semestre de 2025, impulsionado pela flexibilização monetária e pela aproximação das eleições. A virada da maré, contudo, dependerá da resolução do impasse tarifário e da sinalização de um ciclo de afrouxamento monetário.

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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