Em um cenário dominado por jogos de alta performance e títulos mobile, é fácil esquecer os consoles que pavimentaram o caminho para a indústria de games no Brasil. A história dos videogames no país é rica e marcada por adaptações, clones e muita paixão dos jogadores, que encontraram em alternativas não oficiais a porta de entrada para este universo.
De acordo com a Pesquisa Games Brasil (PGB) de 2024, cerca de 74% dos brasileiros se dedicam a jogos digitais em diversas plataformas, com os smartphones liderando a preferência. No entanto, antes da era digital, a febre dos videogames já contagiava o Brasil, impulsionada principalmente pelo lançamento de consoles clones na década de 1980.
A proliferação de consoles clones de sistemas como o NES (Nintendo Entertainment System) e o Atari, entre as décadas de 1980 e 1990, foi crucial para a popularização dos games no país. Essa onda foi motivada pela proibição de importações e estratégias para reduzir os custos de produção, abrindo espaço para fabricantes nacionais criarem suas versões de consoles.
Entretanto, a Sega estabeleceu uma forte presença oficial no Brasil com o Master System e o Mega Drive, produzidos sob licença pela TecToy. Enquanto isso, outras empresas aproveitaram a ausência de representação oficial de outras marcas para lançar seus próprios consoles similares, fomentando um mercado paralelo vibrante e acessível.
Segundo Marcus Vinicius Garrett, especialista na história dos games no Brasil, os clones desempenharam um papel fundamental na expansão do mercado de videogames no país. “Oficialmente, os videogames começaram a aparecer só em 1983. Mas, antes disso, já existia o interesse com alguns clones que chegaram antes. Eles tiveram uma importância porque ajudaram a alavancar a chegada do videogame no Brasil”, explica.
O Brasil foi palco de uma legião de entusiastas de videogames desde o surgimento dos primeiros consoles clones no final dos anos 1970. Ao longo dos anos, diversos aparelhos se popularizaram no país, principalmente por oferecerem versões de consoles que não chegavam oficialmente ao território nacional ou alternativas mais acessíveis financeiramente. Relembre agora cinco consoles que marcaram época e, por diferentes razões, acabaram caindo no esquecimento.
**Odyssey:** Apesar de o primeiro modelo nunca ter sido lançado no Brasil, o Odyssey 2 chegou ao país em 1983, comercializado simplesmente como “Odyssey” com o apoio da Philips. O console original da Magnavox fez tanto sucesso que ganhou jogos adaptados ao mercado nacional, como “Didi na Mina Encantada”, estrelado pelo famoso trapalhão Renato Aragão.
**Dynavision:** Produzido pela Dynacom, o Dynavision foi um dos pioneiros entre os clones lançados no Brasil em 1983, com um design diferente do Atari 2600 original. O Dynavision II, lançado em 1989, era uma cópia do NES e a linha ainda ganhou o Dynavision 3 e 4, versões atualizadas que também rodavam cartuchos do Nintendinho.
**Phantom System:** Lançado pela Gradiente em 1988, o Phantom System foi um clone do Nintendinho que se destacou como uma das cópias mais populares da Nintendo no Brasil. Compatível com o NES, o design do Phantom System lembrava o Atari 7800, enquanto os controles tinham um visual semelhante aos do Mega Drive da Sega.
**PolyStation:** Com uma carcaça que lembrava o PSOne, o PolyStation era um clone do NES fabricado na China e lançado em 1997. O console ganhou popularidade no Brasil por seu preço acessível, oferecendo apenas entrada para cartuchos de Nintendinho e cartuchos que prometiam mais de 99 jogos em um único item.
**Zeebo:** Fabricado pela Tectoy em parceria com a Qualcomm, o Zeebo foi lançado em 2009 como uma alternativa mais acessível aos consoles da época. O console não necessitava de mídias físicas e permitia aos jogadores baixar jogos por meio de uma rede 3G, mas acabou sendo descontinuado em 2011 por não conseguir se firmar no mercado nacional.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br