Diante da iminente taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos agropecuários brasileiros, o governo federal intensifica esforços para redirecionar as exportações. O foco é evitar prejuízos aos setores mais vulneráveis, como suco de laranja, café e carne bovina, que dependem fortemente do mercado americano.
O Ministério da Agricultura, em conjunto com o Itamaraty e o MDIC, está mapeando novos mercados e buscando ampliar as vendas para países que já importam produtos brasileiros. O Oriente Médio e a Ásia são vistos como destinos prioritários nessa estratégia de diversificação.
Adidos agrícolas nas embaixadas brasileiras foram orientados a prospectar importadores e identificar oportunidades no exterior. Paralelamente, câmaras de comércio de diversos países, incluindo os árabes, se oferecem como possíveis destinos para os produtos brasileiros.
“Todas as alternativas estão à mesa para minimizar os impactos do fluxo comercial afetado com os Estados Unidos”, afirma um interlocutor que acompanha as negociações. A busca ativa por oportunidades é vista como o primeiro passo para mitigar as perdas.
A abertura dos mercados do Japão, Turquia e Coreia do Sul para a carne bovina brasileira é uma das prioridades. Além disso, o governo busca ampliar o número de frigoríficos habilitados a exportar para Indonésia, Vietnã e México.
No caso do suco de laranja, o Brasil negocia a redução da alíquota de importação cobrada pela China, que atualmente limita as vendas para o país asiático. A Arábia Saudita também é vista como um mercado promissor para aumentar as exportações do produto.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que as exportações do agronegócio brasileiro para os Estados Unidos podem cair US$ 5,8 bilhões caso a tarifa de 50% seja implementada. A entidade projeta uma queda de 48% nos embarques para o mercado americano.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem enfatizado a importância de intensificar a busca por novos mercados, mencionando a abertura de 397 novos destinos para produtos agropecuários brasileiros desde janeiro de 2023. “É determinação do presidente Lula que este papel de abrir e ampliar mercados seja intensificado”, declarou Fávaro.
Fonte: http://jovempan.com.br