O barco Handala, parte da “Flotilha da Liberdade”, foi interceptado pela marinha israelense no sábado e chegou ao porto de Ashdod neste domingo, marcando mais um capítulo na controvérsia em torno do bloqueio naval à Faixa de Gaza. A embarcação, que transportava ajuda humanitária, tinha como objetivo declarado romper o bloqueio israelense e entregar suprimentos essenciais à população palestina. A ação israelense levanta questões sobre a legalidade da interceptação em águas internacionais e o tratamento dado aos ativistas a bordo.
Segundo a organização “Flotilha da Liberdade”, os 19 ativistas e dois jornalistas internacionais presentes no Handala foram detidos pelas autoridades israelenses. Entre os detidos estão duas parlamentares francesas do partido La France Insoumise, a eurodeputada Emma Fourreau e a deputada Gabrielle Cathala. A ONG israelense Adalah, especializada em assistência jurídica, condenou a ação e exigiu acesso aos detidos, mas teve seus pedidos negados.
“Apesar de pedidos repetidos, as autoridades israelenses negaram aos advogados da Adalah o acesso aos militantes detidos para prestar assistência jurídica”, afirmou a organização em comunicado. A Adalah reafirma que a missão do Handala era pacífica e visava romper o que considera um bloqueio ilegal imposto por Israel a Gaza. A organização argumenta que a interceptação em águas internacionais configura uma “violação flagrante do direito internacional”.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a interceptação, afirmando que a ação visava impedir a entrada do barco nas águas próximas à Faixa de Gaza. “A embarcação segue em segurança rumo à costa israelense. Todos os passageiros estão a salvo”, informou o ministério. Contudo, a interceptação gerou críticas, como a de Jean-Luc Mélenchon, líder do partido francês La France Insoumise, que descreveu a ação como um “sequestro” e criticou o governo francês por sua postura em relação a Israel.
Este é o segundo barco da “Flotilha da Liberdade” interceptado por Israel em pouco tempo. Em junho, o Madleen, com a ativista Greta Thunberg a bordo, também foi impedido de chegar a Gaza. A interceptação do Handala ocorreu em um momento delicado, horas antes do anúncio de uma “pausa tática” nos combates, que permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza, um gesto visto como resposta à pressão internacional.
Fonte: http://www.metropoles.com