sexta-feira, agosto 1, 2025

Voluntário paranaense alega ter sido enganado e tenta desesperadamente deixar a guerra na Ucrânia

Share

Lucas Felype Vieira Bueno, um jovem de 20 anos natural de Francisco Beltrão, no Paraná, vive um drama na Ucrânia. Ele viajou ao país em maio com a promessa de atuar como operador de drones no conflito contra a Rússia, mas agora se vê preso em uma situação perigosa e distante do que havia sido acordado.

Segundo relatos do próprio Lucas nas redes sociais, ele foi alocado para a linha de frente em Kharkiv, uma das regiões mais violentas da guerra. Lá, ele estaria sendo forçado a participar de combates armados, contrariando o combinado no momento de seu alistamento. “Não era isso que eu esperava, estou com medo pela minha vida”, desabafa o jovem.

O paranaense buscou ajuda na Embaixada do Brasil na Ucrânia, porém, foi informado de que a representação diplomática não pode interferir em contratos firmados com o exército ucraniano. A CBN Curitiba procurou a embaixada e o Ministério das Relações Exteriores para obter um posicionamento, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta matéria.

Um contrato assinado por Lucas com o Ministério da Defesa da Ucrânia em 29 de junho de 2025, obtido pelo portal g1, complica ainda mais a situação. O acordo, com validade de três anos, possui uma cláusula que impede sua rescisão nos primeiros seis meses, período considerado como “formação experimental”.

Essa cláusula contratual impede Lucas de deixar o país legalmente antes de dezembro de 2025. A única forma de conseguir a liberação antecipada seria por meio de um acordo entre as partes, justificado por motivos de saúde ou emergência familiar. Caso contrário, ele teria que devolver os equipamentos recebidos ou reembolsar os custos dos itens fornecidos. O jovem expressa grande dificuldade em retornar ao Brasil.

Lucas alega que a proposta inicial era trabalhar com tecnologia militar, especialmente com drones. Após quatro semanas de treinamento básico, ele teria a liberdade de escolher uma brigada para ser alocado. No entanto, ele afirma que as condições prometidas não foram cumpridas e que se sente enganado.

Durante o treinamento, Lucas recebia US$ 400 por mês, cerca de R$ 2,2 mil. Havia a promessa de que os salários poderiam chegar a R$ 23 mil, dependendo da função e das bonificações. O jovem agora apela para que outros brasileiros não passem pela mesma experiência.

A história de Lucas reacende a preocupação com a participação de brasileiros na guerra da Ucrânia. Em janeiro, Gabriel Lopacinski, de 22 anos e natural de Mallet (PR), morreu em combate. Murilo Lopes Santos, de 26 anos e natural de Castro (PR), também perdeu a vida no conflito no ano passado. Em 2023, o curitibano Antonio Hashitani faleceu em Bakhmut, uma das linhas de frente da guerra na época.

A Embaixada do Brasil em Kiev, por meio de um comunicado, continua a desaconselhar o ingresso e a permanência de brasileiros na Ucrânia enquanto durar o conflito e o regime de lei marcial. A representação diplomática recomenda que os cidadãos brasileiros que optarem por permanecer no país respeitem as regras locais e sigam as recomendações de segurança das autoridades ucranianas.

Fonte: http://cbncuritiba.com.br

COTAÇÃO DO DIA

BRL - Moeda brasileira
USD
5,539
EUR
6,421
GBP
7,357

Mais lidas

DE TUDO UM POUCO