Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), batizada de “Korban”, foi deflagrada nesta terça-feira para apurar o suposto desvio de recursos públicos destinados a eventos de esportes digitais em Brasília. A investigação mira emendas parlamentares que deveriam impulsionar o cenário de eSports entre estudantes.
Segundo apuração da CNN, as suspeitas de fraude recaem sobre a execução de convênios firmados entre a Associação Moriá (AM) e o Ministério do Esporte, a partir de 2024. Auditorias identificaram potenciais irregularidades na aplicação de emendas parlamentares federais, levantando questionamentos sobre a destinação correta dos recursos.
A investigação concentra-se em convênios para a realização dos Jogos Estudantis Digitais (Jedis) no Distrito Federal e no Espírito Santo. Os recursos foram provenientes de emendas parlamentares de um senador do DF e de uma então senadora do Espírito Santo, que, segundo informações, não são alvos da operação.
As diligências investigativas revelaram indícios de três tipos principais de fraudes nos convênios analisados. Entre elas, destaca-se o potencial direcionamento indevido de subcontratações pela Associação Moriá, levantando suspeitas sobre favorecimento e falta de transparência nos processos.
Outra frente de investigação aponta para um possível conluio entre empresas envolvidas nas terceirizações dos Jedis. A CGU identificou a participação de empresas que atuavam como meras “orçadoras de cobertura”, além de indícios de falta de concorrência efetiva, o que teria inflacionado os custos dos eventos.
Além disso, a CGU detectou a subcontratação de empresas com características de serem “de fachada”, como a falta de sede administrativa compatível e a ausência de funcionários. Essas irregularidades, segundo a investigação, teriam causado um prejuízo potencial de cerca de R$ 15 milhões, o que corresponde a 87,16% do orçamento total dos convênios investigados.
Na operação desta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em endereços ligados à Associação Moriá, a seus dirigentes, a empresas subcontratadas e seus respectivos sócios. A Polícia Federal busca aprofundar as investigações e identificar todos os envolvidos no esquema.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br