A combinação de café com especiarias, uma prática milenar em diversas culturas, ganha novos adeptos que buscam não apenas um aroma diferenciado, mas também benefícios para a saúde. Uma das misturas que tem atraído atenção é o café com noz-moscada, conhecido por seu potencial de aprimorar o foco, suavizar a ansiedade leve e auxiliar na digestão.
De acordo com a nutricionista Giovanna Baleeiro, essa união de ingredientes não é apenas uma tendência passageira, mas sim uma combinação inteligente baseada nas propriedades já conhecidas de ambos. “Embora pareça uma modinha recente, essa combinação tem respaldo em propriedades já conhecidas dos dois ingredientes”, afirma a especialista, que atende em São Paulo. O segredo, no entanto, reside na moderação.
A combinação é especialmente interessante para quem busca um estímulo equilibrado ao longo do dia. “O café acelera, e a noz-moscada pode suavizar a ansiedade ou a irritabilidade que o excesso de cafeína provoca em algumas pessoas”, explica Giovanna. Para otimizar os benefícios, o ideal é consumir a bebida pela manhã ou no início da tarde, evitando o consumo noturno para não interferir no sono.
Embora a noz-moscada possua propriedades relaxantes, a cafeína presente no café pode atrapalhar a liberação de melatonina, hormônio essencial para uma boa noite de sono, impactando também a saúde hormonal. Além disso, o consumo excessivo de noz-moscada pode levar a efeitos colaterais indesejados devido à presença de substâncias psicoativas em sua composição.
A endocrinologista Carolina Mantelli reforça a importância do consumo ocasional e em pequenas quantidades da especiaria. “O uso ocasional e em pequenas quantidades, como tempero ou aroma no café, é seguro. O uso diário e em quantidades elevadas pode ser tóxico e deve ser evitado”, adverte. A bebida é contraindicada para hipertensos, pessoas com gastrite ou refluxo, gestantes, lactantes, indivíduos com transtornos psiquiátricos ou neurológicos, além de crianças e adolescentes.
É crucial lembrar que o café com noz-moscada, apesar de seus potenciais benefícios, não substitui uma alimentação equilibrada, acompanhamento profissional ou tratamentos específicos. A busca por bem-estar deve ser pautada em práticas validadas e responsáveis, evitando soluções rápidas e “naturais” que nem sempre são seguras ou eficazes.
Fonte: http://www.metropoles.com