Um estudo recente revela uma ligação preocupante entre atividades humanas e o aumento de terremotos ao redor do mundo. A pesquisa, publicada na *Seismological Research Letter*, identificou mais de 730 locais onde a intervenção humana desencadeou tremores nos últimos 150 anos. Este levantamento lança um alerta sobre as consequências sísmicas de nossas ações no planeta.
A mineração encabeça a lista de atividades de risco, com 271 locais afetados. A remoção de grandes quantidades de material do subsolo desestabiliza a crosta terrestre, levando a colapsos e, consequentemente, a terremotos. A construção de barragens e reservatórios também figura como uma causa significativa, com o peso colossal da água exercendo pressão sobre falhas geológicas.
O *fracking* (fraturamento hidráulico) e a injeção de águas residuais provenientes da extração de petróleo e gás são apontados como outros fatores contribuintes. Em Oklahoma, região com intensa atividade de perfuração, o aumento drástico no número de pequenos terremotos anuais tem sido atribuído a essa prática. A situação antes considerada geologicamente estável agora enfrenta tremores frequentes.
Além disso, o estudo aponta para casos de terremotos induzidos por explosões nucleares em 22 localidades distintas, demonstrando o impacto devastador de testes bélicos no subsolo. Até mesmo grandes projetos de construção civil foram associados a tremores, evidenciando que qualquer intervenção massiva na crosta terrestre pode ter repercussões sísmicas.
Como explica Miles Wilson, geofísico da Universidade de Durham, “Todos os projetos antropogênicos influenciam as forças que atuam na crosta terrestre”. O especialista ressalta que a resposta da Terra a essas mudanças, em alguns casos, se manifesta por meio de terremotos. Diante desse cenário, é crucial a adoção de medidas preventivas e planos de contingência rigorosos.
