O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saudou a decisão do governo dos Estados Unidos de isentar cerca de 700 produtos brasileiros de tarifas impostas na gestão Trump, classificando-a como um “ponto de partida melhor do que se esperava”. Contudo, Haddad ponderou que o caminho para um acordo satisfatório ainda é longo e exigirá negociações complexas.
Apesar do otimismo cauteloso, o ministro ressaltou que o governo já observava, nos últimos dias, uma maior abertura e sensibilidade da diplomacia americana em relação aos argumentos do Brasil. “É bom que o ponto de partida seja melhor, mas nós estamos longe do ponto de chegada”, afirmou, demonstrando expectativa por tratativas construtivas.
Haddad recordou que, no momento da imposição das tarifas, alertou para o impacto negativo nos preços de produtos como suco de laranja, café e carne para os consumidores americanos. A isenção de itens como o suco de laranja, segundo ele, corrige medidas que pareciam “fora de propósito”, considerando a forte integração das cadeias produtivas entre os dois países.
Em um contexto mais amplo, Haddad aproveitou a ocasião para defender a robustez das instituições brasileiras, enfatizando que o Brasil é “uma das democracias mais consolidadas do mundo”. Ele defendeu que eventuais questionamentos sobre o Judiciário devem ser direcionados aos fóruns internacionais apropriados, como o Comitê de Direitos Humanos da ONU.
O ministro criticou ainda o que chamou de “forças internas trabalhando contra os interesses do país”, alertando que essa postura “fragiliza o Brasil”. “Não está acontecendo em nenhum outro país do mundo, só está acontecendo no Brasil”, disse Haddad, conclamando à busca por canais competentes para o debate, conforme preconiza a democracia.
Fonte: http://jovempan.com.br
