A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic inalterada em 15% ao ano mantém o Brasil em uma posição de destaque no cenário global. De acordo com dados do portal MoneyYou, o país figura como o segundo com os maiores juros reais do mundo, um termômetro crucial para investidores e economistas.
Os juros reais, que descontam a inflação da taxa nominal, revelam o verdadeiro custo do dinheiro. Em julho, o Brasil registrou uma taxa de 9,76% ao ano, um ligeiro aumento em relação aos 9,53% de junho. A Turquia lidera o ranking com 10%, após uma redução significativa de 14,4% no mês anterior.
Outros países como Argentina, África do Sul e Rússia apresentam taxas de juros reais consideravelmente inferiores, com 6,7%, 5,2% e 4,8%, respectivamente. A média global de juros reais, calculada entre cerca de 40 nações, é de apenas 1,66%, o que evidencia a posição singularmente elevada do Brasil neste contexto.
Este cenário reflete a política monetária adotada pelo Banco Central, que busca controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica. Contudo, a manutenção de juros elevados acarreta implicações para o crescimento econômico, o consumo interno e o mercado de crédito. A expectativa é que a Selic se mantenha nesse patamar até o início de 2025, segundo especialistas.
A decisão do Copom é uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo em que visa conter a inflação, pode impactar negativamente o ritmo de expansão da economia. O desafio central reside em equilibrar a necessidade de estabilidade de preços com o estímulo ao crescimento sustentável a longo prazo. *Com informações de Beatriz Manfredini*.
Fonte: http://jovempan.com.br