A indústria da zona do euro demonstra sinais de recuperação em julho, indicando uma possível estabilização. Uma pesquisa recente revela que a atividade industrial se contraiu no ritmo mais lento dos últimos três anos, apesar da persistente queda nos novos pedidos e de um crescimento mais moderado na produção.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do HCOB para a indústria, divulgado pela S&P Global, registrou um aumento de 49,5 em junho para 49,8 em julho. Este é o valor mais alto desde julho de 2021, aproximando-se da marca de 50,0, que separa o crescimento da contração. A leitura final ficou em linha com a estimativa preliminar.
A produção industrial da zona do euro cresceu pelo quinto mês consecutivo, embora em ritmo desacelerado. O índice de produção diminuiu de 50,8 para 50,6, o menor nível em quatro meses. Apesar desse abrandamento, o cenário futuro pode ser mais animador.
Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, comentou sobre a recuperação cautelosa da produção industrial. “Com a nova estrutura comercial acordada entre a UE e os EUA, a incerteza deve diminuir, e os sinais apontam para uma tendência contínua de alta nos próximos meses”, afirmou.
A maior economia da Europa, a Alemanha, apresentou um aumento no seu PMI industrial para 49,1, o maior em 35 meses. No entanto, esse valor ainda indica contração. França e Áustria registraram os piores desempenhos, com leituras idênticas de 48,2. Entre os países da zona do euro, a Irlanda liderou o desempenho industrial com um PMI de 53,2, embora esse valor represente uma mínima de dois meses.
Enquanto isso, a Holanda e a Espanha registraram máximas de 14 e sete meses, respectivamente, ambas com 51,9. A Grécia manteve sua sequência de crescimento, com 51,7. O volume de novos pedidos diminuiu marginalmente, com as vendas de exportação representando um obstáculo após uma breve estabilização em junho.
As pressões sobre os preços permaneceram praticamente ausentes em julho. Os custos de insumos permaneceram inalterados após três meses de quedas, e os preços dos produtos praticamente não mostraram movimento. O Banco Central Europeu (BCE) optou por manter as taxas de juros inalteradas na semana passada, ao mesmo tempo em que ofereceu uma avaliação modestamente otimista da economia da zona do euro.
A confiança das empresas em relação à produção futura permaneceu acima da média de longo prazo em julho, apesar de ter recuado em relação ao recorde de 40 meses registrado em junho. Isso sugere que os fabricantes mantêm uma perspectiva cautelosamente otimista para o próximo ano.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br