A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, anunciada pelo governo de Donald Trump, a partir de 6 de agosto, levanta preocupações sobre seus efeitos em diversos setores. Embora o foco inicial seja em áreas como a economia, o mundo do esporte, em particular o futebol brasileiro, pode sentir os impactos indiretos dessa medida. Especialistas alertam para possíveis consequências no mercado esportivo nacional.
Embora a produção esportiva brasileira se concentre no mercado interno e em países vizinhos, a saúde da economia nacional é crucial para o desenvolvimento do esporte. Mozar Carvalho, advogado tributarista do escritório Machado de Carvalho Advocacia, pondera que “os impactos indiretos podem causar uma escassez de bons atletas no Brasil”, dependendo da magnitude dos efeitos econômicos gerais.
Uma possível retaliação brasileira, com a imposição de tarifas sobre produtos americanos, poderia afetar diretamente clubes e torcedores. Segundo Carvalho, “equipamentos esportivos importantes para os clubes vão ficar mais caros”. Isso impactaria tanto o funcionamento interno dos clubes quanto a venda de produtos como camisas e acessórios. Em resumo, o tarifaço poderia, de forma indireta, atingir o futebol nacional.
De acordo com dados da Ápice, associação que reúne empresas do setor esportivo, o mercado brasileiro faturou R$5,6 milhões com a venda de vestuário, calçados e acessórios esportivos. Renato Jardim, diretor executivo da associação, esclarece que o Brasil não exporta manufaturados esportivos para os EUA, focando suas vendas na América do Sul e no mercado interno.
Portanto, a princípio, os produtos esportivos importados pelo Brasil da Ásia não seriam diretamente afetados pelo tarifaço americano. No entanto, a incerteza econômica gerada pela medida e a possibilidade de retaliações comerciais mantêm o setor esportivo brasileiro em alerta, buscando entender e se preparar para os possíveis desdobramentos.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br