O primeiro semestre de 2025 representou um período de grandes desafios e reviravoltas para o setor de turismo. Em meio a mudanças regulatórias impactantes, reestruturações financeiras de empresas aéreas e o fim de incentivos governamentais cruciais, o setor também testemunhou momentos de inovação e crescimento. Este panorama, elaborado pelo M&E, busca relembrar os principais eventos que moldaram o turismo brasileiro de janeiro a junho.
Logo no início do ano, os Estados Unidos surpreenderam o mercado ao endurecer as regras para renovação de vistos. A medida, que reduziu drasticamente o prazo para renovação sem entrevista, gerou apreensão entre viajantes e operadores com foco em destinos norte-americanos. “A mudança gerou atenção, principalmente entre aqueles que viajam frequentemente aos EUA”, observou um especialista do setor.
A crise na operadora ViagensPromo também abalou o setor, com relatos de atrasos em reembolsos e cancelamentos repentinos. A situação culminou na suspensão das operações, levantando sérias questões sobre a sustentabilidade financeira da empresa. Paralelamente, o governo federal oficializou o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), decisão que gerou forte reação e críticas por parte do trade turístico.
Em contrapartida, a Gol Linhas Aéreas concluiu seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, sinalizando uma nova fase para a companhia. Com uma estrutura de capital renovada, a empresa se prepara para um futuro mais estável e competitivo. No entanto, o setor aéreo também foi impactado pela entrada da Azul no Chapter 11, buscando reestruturar suas dívidas com o apoio de grandes investidores globais.
Outro acontecimento marcante foi a prisão do CEO do Hurb, João Ricardo Mendes, em meio a investigações sobre práticas abusivas contra consumidores. O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de regulamentação das plataformas online de viagens. Em meio a esse cenário de desafios, o setor também celebrou a inauguração do Epic Universe, o novo parque da Universal em Orlando, que promete fortalecer a concorrência no mercado de parques temáticos.
Encerrando o semestre com otimismo, a CVC Corp divulgou um crescimento expressivo em suas reservas, indicando sinais de recuperação após anos de dificuldades. Por fim, o anúncio de tarifas retaliatórias entre os Estados Unidos e o Brasil gerou preocupação, com especialistas alertando para potenciais impactos indiretos no fluxo turístico e nos custos de viagens.