Partidos com ministros no governo Lula se uniram para barrar a cassação da deputada Carla Zambelli
Votação na Câmara preserva mandato de Zambelli com forte apoio de partidos aliados.
34% dos votos contra cassação de Zambelli foram de partidos de Lula
Na madrugada de 11 de dezembro de 2025, a Câmara dos Deputados teve uma votação que resultou na preservação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A votação contou com 227 votos a favor da manutenção do mandato e 170 contrários, totalizando 397 votos. Para que a cassação ocorresse, eram necessários ao menos 257 votos, o que não foi alcançado.
Os partidos Republicanos, PSD, MDB e PP, todos com ministros no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram responsáveis por 58 votos contrários à cassação, representando 34% do total de votos necessários para que Zambelli não perdesse seu cargo. Isso levanta questões sobre a coerência e a lealdade dos partidos que compõem a base governista.
Traições na votação
O cenário da votação indica que alguns partidos não se alinharam ao desejo do governo. O Republicanos, por exemplo, apresentou um equilíbrio preocupante, com 17 votos contrários e 17 favoráveis à cassação. Essa divisão interna pode indicar uma fragilidade na unidade do partido sob o governo Lula.
O PSD também mostrou um desvio significativo, com 16 votos contrários e 11 a favor. Este partido abriga ministros influentes, como Carlos Fávaro (Agricultura) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Já o MDB, que atua com Jader Barbalho Filho (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento), deu 12 votos contrários e 15 a favor. O PP, por sua vez, apresentou uma situação ainda mais complexa, com 13 votos contrários e 24 a favor, apesar de ter rompido oficialmente com o governo Lula.
Votos favoráveis à cassação
Contrapondo o apoio que Zambelli recebeu, todos os deputados das legendas de esquerda e centro-esquerda que sustentam o governo Lula, totalizando 119 votos, foram favoráveis à cassação. Essa situação evidencia a polarização entre a base governista e a oposição bolsonarista.
Além disso, o União Brasil, que recentemente rompeu com a administração federal, contribuiu com 22 votos contrários e 21 a favor da cassação. Essa distribuição de votos mostra um cenário tenso e dividido na Câmara, onde alianças estratégicas estão em jogo.
Consequências legais para Zambelli
A deputada Carla Zambelli, atualmente presa na Itália enquanto aguarda um processo de extradição, enfrenta um complicado cenário legal. Ela possui condenações que a impedem de disputar eleições, totalizando mais de 15 anos de prisão. As condenações se referem a crimes graves, incluindo a participação na invasão dos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e porte ilegal de arma.
Diante desse panorama, o resultado da votação reflete tanto as disputas internas nos partidos como a complexidade das relações políticas no Brasil. A decisão de preservar o mandato de Zambelli, evidenciada por apoio significativo de partidos com ministros no governo, ressalta as dificuldades enfrentadas pela base governista na manutenção de uma postura coesa diante da oposição.


