Investimentos em data centers podem crescer quatro vezes

Com Redata, Brasil busca se tornar polo global

O Brasil projeta atrair R$ 2 trilhões em investimentos para data centers, quadruplicando a capacidade de processamento de dados até 2025.

Rio de Janeiro, 5 de outubro de 2023 — O Brasil está prestes a transformar sua capacidade de processamento de dados, com a expectativa de atrair R$ 2 trilhões em investimentos através do Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (Redata). A Associação Brasileira de Data Centers (ABDC) projeta que a capacidade total do país pode saltar de 800 megawatts para três gigawatts até 2025, consolidando o Brasil como um importante polo global nessa indústria.

O que é o Redata?

O Redata tem como objetivo desonerar tributos federais, como PIS e Cofins, e reduzir a alíquota efetiva de 52% para cerca de 18% sobre equipamentos usados em operações de data centers. Embora não inclua impostos estaduais como o ICMS, a medida exige o uso de energia renovável, além de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a reserva de 10% da capacidade de processamento para universidades e empresas nacionais.

Expectativas do setor

O presidente da ABDC, Renan Lima Alves, acredita que a nova política irá reduzir a dependência do Brasil em relação ao processamento de dados no exterior, onde atualmente 60% das informações brasileiras são armazenadas. A Brasscom, entidade que reúne empresas de tecnologia, também elogiou a previsibilidade criada pela medida. Em 2025, investimentos acima de R$ 10 bilhões devem ser destravados. A Equinix, empresa global de data centers, já está construindo um novo local em São Paulo com investimentos de US$ 110 milhões.

Desafios e críticas

Apesar das expectativas, o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) criticou a falta de definições claras na medida. A ausência de regras sobre extrativismo mineral e a destinação de resíduos eletrônicos são alguns dos pontos destacados. O governo federal promete que os critérios de sustentabilidade serão definidos em regulamentação nos próximos meses. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que os data centers no Brasil deverão ser reconhecidos como “data center verde”, utilizando energia limpa e renovável.

Conclusão

Com o Redata, o Brasil busca não apenas atrair investimentos substanciais, mas também se afirmar como um líder em sustentabilidade na indústria de data centers, enfrentando desafios e aproveitando oportunidades em um mercado global em rápida evolução.

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