Entre ciência e arte, uma nova visão para a Bienal
Bonaventure Ndikunk, curador da 36ª Bienal de São Paulo, fala sobre sua trajetória e desafios.
Bonaventure Ndikunk: curador da Bienal de São Paulo
Nascido em Yaoundé, Camarões, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, 48 anos, é uma figura proeminente na cena da arte contemporânea global. Com formação acadêmica em biotecnologia médica e biofísica, Ndikung é curador na 36ª Bienal de São Paulo, uma das maiores exposições da área na América Latina. Com a intersecção entre arte e ciência e sua visão inovadora, ele é diretor do Haus der Kulturen der Welt (HKW) de Berlim desde janeiro de 2023, após ter atuado como diretor-fundador do SAVVY Contemporary.
A conexão com a Bienal de São Paulo
O convite para curar a Bienal surgiu de forma natural, segundo Ndikunk. Para ele, a curadoria não se limita a organizar uma grande exposição, mas busca criar uma plataforma de encontros e práticas plurais de humanidade. O processo de curadoria foi realizado em colaboração com uma equipe incrível, enfatizando que a Bienal não é sobre uma visão individual, mas sobre imaginar coletivamente.
Ciência e arte: uma relação contínua
Na visão de Ndikunk, nunca houve uma ruptura radical entre ciência e arte. Ambas exploram perguntas fundamentais sobre a vida e como habitamos o mundo. Enquanto a ciência busca respostas através de dados, a arte se abre ao simbólico e ao poético. Para ele, esses elementos caminham juntos em sua trajetória profissional.
Desafios da curadoria
Os maiores desafios enfrentados por um curador, segundo Ndikunk, incluem equilibrar a escuta e a decisão. Curar não é impor uma narrativa única, mas criar condições para que múltiplas vozes coexistam, mesmo que em fricção. Ele destaca a importância de não reduzir artistas a meros representantes de identidades fixas, reconhecendo a singularidade de cada obra e trajetória.
Reflexões sobre o Brasil
Bonaventure já havia visitado o Brasil anteriormente, sempre encontrando novas descobertas em cada encontro. Sua visão e experiência trazem uma nova perspectiva para a Bienal, prometendo uma edição inovadora e inclusiva.