Estudo revela impacto das atividades humanas no fluxo do rio
Pesquisadores revelam que o rio Ganges enfrenta a pior seca em 1,3 mil anos, impactando 600 milhões de pessoas na Índia.
Na Índia, em 27 de setembro de 2025, um estudo revelou que o rio Ganges, essencial para cerca de 600 milhões de pessoas, está passando pela pior seca em 1,3 mil anos devido à ação humana. Pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia Gandhinagar e da Universidade do Arizona publicaram seus resultados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences na segunda-feira (22/9).
Descobertas do estudo
A pesquisa utilizou dados históricos e modelos hidrológicos para analisar o fluxo do rio ao longo dos últimos 1,3 mil anos, identificando que a seca mais recente, entre 1991 e 2020, foi 76% mais severa do que a pior seca anteriormente registrada no século 16. Atualmente, o Ganges apresenta menor fluxo de água e períodos de estiagem mais frequentes e prolongados.
Causas da seca
De acordo com os cientistas, a ação humana é a principal responsável pelo declínio hídrico do Ganges. A poluição do ar e o aquecimento do Oceano Índico têm impactado as monções de verão, que são cruciais para a alimentação do rio. Embora padrões climáticos naturais também tenham um papel, o enfraquecimento das monções é considerado o fator mais determinante para a atual crise hídrica.
Medidas necessárias
Os pesquisadores defendem a adoção de estratégias adaptativas de gestão de água e a melhoria dos modelos climáticos, de modo a considerar os impactos da atividade humana. O rio Ganges possui um significado religioso, cultural e econômico profundo para milhões de pessoas na região, tornando urgente a implementação de medidas que garantam a disponibilidade de água doce em um clima em mudança.