Entenda como juízes do STF souberam das sanções
Juízes do STF descobriram revogação de vistos americanos de forma inusitada.
Desde a escalada de tensões entre a Casa Branca e o governo brasileiro, oito juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros membros do governo, incluindo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, tiveram seus vistos de entrada nos Estados Unidos revogados. A maneira como souberam da penalidade foi, no mínimo, inusitada, pois não houve notificação oficial.
Como os juízes descobriram
No entorno de Moraes, os desembargadores e juízes afetados, como Airton Vieira e Marco Antonio Martin Vargas, consultaram o site do governo americano. Ao preencherem seus dados e o número do passaporte, descobriram que seus vistos, mesmo válidos, haviam desaparecido das listas. Essa consulta foi feita de maneira artesanal, pois não receberam aviso de nenhuma autoridade brasileira ou americana.
Contexto das sanções
Desde julho, quando os Estados Unidos começaram a aplicar sanções após enquadrar Moraes na Lei Magnitsky, oito ministros do STF, além de outros, perderam seus vistos. Dentre eles, estão Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Gilmar Mendes. Eles também não foram informados oficialmente sobre a sanção, o que levanta questões sobre a comunicação entre os governos.
Repercussões e impactos
A revogação dos vistos não apenas afeta as viagens dos juízes, mas também gera um clima de incerteza e tensão entre as instituições brasileiras e o governo dos EUA. A falta de comunicação oficial pode ser vista como uma falha nas relações diplomáticas. O procurador-geral da República, por sua vez, soube da suspensão do seu visto através da representação diplomática de Portugal, dado que ele possui dupla cidadania.
A situação revela as complexidades e os desafios nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente sob a gestão de Donald Trump.