Reunião futura pode abrir caminho para negociações sobre tarifas

O presidente Lula da Silva encerra sua participação na Assembleia-Geral da ONU com expectativa de diálogo com Donald Trump.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou da Assembleia-Geral da ONU com o trunfo de uma promessa de reunião futura com Donald Trump, que pode lançar as bases de negociação sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Durante sua passagem por Nova York, Lula teve uma breve interação com Trump, sinalizando que o governo brasileiro e empresários romperam um bloqueio articulado por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo.

Expectativas positivas após o encontro

O balanço dos quatro dias de Lula em Nova York é considerado positivo por aliados por diversas razões. A interação com Trump, que ocorreu nos bastidores da ONU, sinalizou acesso a figuras-chave do governo americano. Lula se posicionou como um líder que, apesar das pressões, manteve um discurso de soberania e abriu caminho para um diálogo necessário com o presidente dos Estados Unidos.

Desafios e precauções

Apesar da avaliação positiva, auxiliares de Lula ressaltam a necessidade de cautela devido à imprevisibilidade de Trump. A possibilidade de um entendimento sobre tarifas poderia aprofundar divisões na direita brasileira, impactando até mesmo a candidatura de Tarcísio de Freitas em 2026. A estratégia de aproximação gradual inclui uma ligação telefônica entre os líderes nos próximos dias, seguida de um encontro em um terceiro país, possivelmente a Malásia, durante a cúpula da Asean, de 26 a 28 de outubro.

Repercussões no cenário político

Ainda que a viagem tenha sido positiva, o governo brasileiro deve permanecer atento às reações tanto das autoridades americanas quanto dos bolsonaristas, que continuam a influenciar a narrativa política sobre o Brasil nos EUA. Uma reunião bem-sucedida com Trump poderá ser crucial para futuras negociações e para a imagem do Brasil no cenário internacional.