Trump exige devolução da base aérea de Bagram ao Afeganistão

Entenda a importância estratégica do local e as razões do ex-presidente dos EUA

Donald Trump exigiu que o Talibã devolvesse a base aérea de Bagram, cinco anos após o acordo que levou à retirada dos EUA do Afeganistão.

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, demandou que o Talibã devolvesse a base aérea de Bagram, localizada a cerca de 50 km de Cabul, em uma coletiva de imprensa realizada em 18 de setembro, ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Trump afirmou que os EUA deram a base ao Talibã “de graça” e que quer a base de volta, complementando com uma ameaça em suas redes sociais de que “coisas ruins” acontecerão se a devolução não ocorrer.

Importância estratégica da base

Bagram, que conta com duas pistas de pouso, uma com 3,6 km e outra com 3 km de comprimento, foi um ponto estratégico para várias potências militares ao longo das últimas décadas. Originalmente desenvolvida pela União Soviética na década de 1950, a base foi controlada por diversos grupos, incluindo o Talibã e, posteriormente, pelas forças da NATO após a invasão em 2001. Durante o auge da presença militar dos EUA, em 2009, a base abrigava cerca de 10.000 pessoas e era equipada com diversas instalações, incluindo um hospital e um centro de detenção que se tornou notório por abusos.

Rejeição do Talibã

O Talibã, por sua vez, rejeitou a exigência de Trump, afirmando que a devolução da base feriria sua legitimidade. A situação é complexa, uma vez que o Talibã se baseia na ideia de resistência contra a ocupação estrangeira. A administração de Trump parece estar utilizando a demanda pela base como uma ferramenta de negociação, buscando talvez um acordo que envolva a devolução de armas abandonadas durante a retirada dos EUA, estimadas em mais de 7 bilhões de dólares.

Conclusão

A questão da base de Bagram ilustra não apenas as tensões geopolíticas em jogo, mas também as dificuldades que podem surgir de uma tentativa de reengajamento dos EUA no Afeganistão. A devolução da base pode ser vista como um símbolo de controle e influência no contexto da crescente presença da China na região.

PUBLICIDADE

Relacionadas: